A Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista Açores (GPPS), Andreia Cardoso, destacou a contribuição do partido para o Plano e Orçamento em discussão, com 36 propostas de alteração, mostrando abertura ao diálogo e disponibilidade para viabilizar os documentos de planeamento em caso de aprovação das mesmas.
“Apesar do desnorte evidenciado pelo Presidente do Governo e do PSD, o PS manteve total abertura, novamente porque o que interessa é minimizar as fragilidades destes documentos, contribuindo com soluções concretas para problemas conhecidos e sentidos, todos os dias, pelas Açorianas e pelos Açorianos”, rematou.
No âmbito da intervenção final, após o debate na generalidade sobre as propostas de Plano e Orçamento para 2025, a líder da bancada socialista disse que o que importa é contribuir para “uma sociedade em que é possível crescer com esperança e envelhecer com dignidade”, “em que todos, sem exceção, vivem com qualidade”, e em que “vejam os seus direitos respeitados. Uma sociedade preparada para um novo futuro!”.
A líder parlamentar enunciou algumas das propostas entregues pelos socialistas para os documentos em discussão, em áreas que consideram fundamentais como a habitação e juventude, a saúde, a agricultura e a pescas, bem como na área financeira.
A socialista sublinhou que o Governo “nega os sinais evidentes de desequilíbrio financeiro”, mas que “não consegue esconder uma dívida pública crescente e uma gestão irresponsável, que coloca em risco a autonomia da Região”, destacando que o orçamento apresentado reflete um Governo “arrogante, negacionista e do faz de conta”, incapaz de dialogar com todas as forças políticas e alheio às verdadeiras necessidades dos Açorianos.
Nesse sentido, a parlamentar relembrou que o Governo “defensor da transparência” tem sido vezeiro em omitir ou esconder informação ao parlamento.
“Foi assim com os 110 milhões euros de empréstimo anunciados e denunciados pela República; foi assim com os 75 milhões euros de transferências adicionais que, de sem condicionantes, passaram rapidamente a consignadas, foi assim com o inexistente pedido de solidariedade à Europa para a recuperação do HDES”, sublinhou.
Andreia Cardoso lembrou que a dívida pública cresceu quase 1.000 milhões de euros com este Governo, apesar do Executivo continuar em negação, sendo este o Orçamento mais desequilibrado de sempre, uma vez que as despesas correntes são superiores às receitas correntes, frisando que “se continuarmos neste caminho a nossa autonomia está posta em causa”.
Andreia Cardoso condenou a decisão do Governo em ceder ao CHEGA ao reafirmar o compromisso de discriminar negativamente crianças no acesso às creches, afirmando que essa decisão “torna quase impossível viabilizar o Orçamento da Região para 2025”.
“Podemos discutir como alargar a rede de creches, nunca podemos negociar como retirar crianças das creches. Há matérias que são inegociáveis. Para nós, uma sociedade que não respeita as suas crianças não vale nada”, sublinhou.
“Estamos e continuaremos atentos em cada uma das nossas nove ilhas. Não queremos uma sociedade amiga de uns poucos e madrasta para muitos. Queremos os Açores para todos. É isso que nos diferencia e é isso que guia a nossa ação”, concluiu.