Greve dos estivadores não deve ser usada como arma de arremesso político

PS Açores - 25 de maio, 2016
A greve dos estivadores do Porto de Lisboa tem vindo a provocar perturbação no transporte de mercadorias entre a Região e o território continental. Como é público, o Governo dos Açores tem vindo a monitorizar, em permanência, esta situação por forma a garantir a defesa dos interesses da economia da Região e a minimizar, dentro do possível, os efeitos negativos desta paralisação. Foi, aliás, também por ação do Governo dos Açores que atualmente os serviços mínimos decretados para a Região representam o dobro dos serviços mínimos decretados há dois anos pelo Governo da República do PSD, a propósito de idêntica greve dos estivadores. Isto significa que os serviços mínimos previstos asseguram o transporte de carga de dois navios, de cinco em cinco dias, destinados aos Açores, assim como a movimentação de carga destinada à Região que constitua produtos de abastecimento de géneros alimentícios, produtos deterioráveis e peças sobressalentes para equipamentos de primeira necessidade. No cumprimento dos serviços mínimos, estima-se que escalem a Região mais quatro navios até ao final do mês. O PS/Açores não ignora as perturbações e os efeitos negativos da greve dos estivadores e tem vindo a monitorizar esta situação de modo a verificar que os serviços mínimos estão a ser cumpridos e para aferir, igualmente, se as medidas tomadas vão ao encontro das necessidades. Neste sentido, considera-se muito importante o trabalho que está a ser desenvolvido entre os dois governos, assim como com os operadores, para não só garantir o cumprimento dos serviços mínimos, mas também na procura de soluções que possam minimizar e atenuar os efeitos desta greve, a bem de um melhor serviço prestado às populações.   O PS Açores lamenta, por isso, as recentes declarações do deputado Duarte Freitas que mais não são do que uma tentativa de capitalizar politicamente com os efeitos da greve dos estivadores do Porto de Lisboa, circunstância que, como todos sabem, está fora do âmbito de competência regional. Aliás, não deixa de ser curioso que o deputado Duarte Freitas - que hoje critica os serviços mínimos que asseguram dois navios por semana para a Região - seja o mesmo deputado Duarte Freitas que nada disse quando, há dois anos, o Governo da República do PSD apenas decretou como serviços mínimos um navio por semana para os Açores, ou seja metade do atual.  As considerações pessoais que, de resto, o deputado Duarte Freitas produz relativamente ao Presidente do Governo dos Açores são um evidente sinal de desespero político e a demonstração clara de uma forma ultrapassada de fazer política sobre a qual as Açorianas e os Açorianos se têm vindo a pronunciar de forma muito clara, pelo que dispensam qualquer outro comentário.