“A crise do leite precisa de soluções europeias”, reiterou Duarte Moreira

PS Açores - 5 de julho, 2016
O deputado socialista Duarte Moreira, coordenador do Grupo de Trabalho para o Acompanhamento do fim do regime de Quotas Leiteiras nos Açores, reiterou esta terça-feira que a “crise sentida pelo setor na Região deriva fundamentalmente de uma crise Europeia e é a este nível que deve ser resolvida”.  À margem da Comissão Parlamentar de Economia, em Ponta Delgada, Duarte Moreira explicou que o “principal problema é a Europa estar inundada de leite e de produtos, sendo a maior dificuldade o escoamento, ou seja, a comercialização”. O parlamentar socialista frisou que até 2014, o setor tinha vindo a “evoluir muito positivamente, nomeadamente no preço do leite pago ao produtor, que vinha a aumentar desde 2011”, sendo evidente que desde 2015 a esta parte “há uma baixa muito significativa do preço pago ao produtor, consequência clara do excesso de leite no mercado, do embargo russo, da redução do consumo de produtos lácteos e do fim das quotas leiteiras, que levou a um aumento de produção em toda a Europa”. O relatório agora aprovado em Comissão de Economia aponta 18 recomendações, “muitas das quais são dirigidas à União Europeia e à Comissão Europeia”, porque “nenhum país, por si próprio, terá a capacidade de resolver os desafios do setor; a solução terá de ser Europeia, comum a todos os Estados-Membros”, defendeu o deputado do PS/Açores. Para Duarte Moreira “terá de haver uma regulação de toda a cadeia de valor, desde a produção, passando pela transformação e – particularmente – na distribuição, uma vez que esta última é um fator fundamental em todo o processo”. “Os Açores não fogem à regra daquilo que está a acontecer em toda a Europa: o excesso de leite, as dificuldades de comercialização e a baixa do preço pago ao produtor”, sublinhou. “Terá de haver maior equidade e uma redistribuição mais justa por todos os intervenientes, nomeadamente pelos produtores, que são nesta cadeia o elo mais fraco”, destacou o socialista. O relatório do Grupo de Trabalho foi aprovado com os votos favoráveis do PS, PSD e BE, tendo o CDS-PP optado pela abstenção.