Os deputados do PS eleitos pelo círculo dos Açores requereram ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social que avalie a possibilidade de rever as taxas contributivas para a Segurança Social aplicadas aos trabalhadores de atividades agrícolas das regiões autónomas inscritos na Segurança Social a partir de 2011, por forma a torná-las mais sustentáveis.
Carlos César, Lara Martinho e João Castro lembram que o atual Governo, quando tomou posse, definiu um conjunto de medidas sistematizado no Programa Específico para o Setor do Leite e Produtos Lácteos (PESLPL), cuja execução está em plena operacionalização e com resultados positivos.
A última reforma do código dos regimes contributivos do sistema previdencial de Segurança Social procurou igualar as taxas de contribuição dos produtores agrícolas das regiões autónomas e dos agricultores do continente, eliminando o regime especial existente nos Açores e na Madeira para os novos inscritos, explicam os parlamentares socialistas.
No entanto, foi assim criado para as regiões autónomas um regime diferenciado entre os que já estavam inscritos na Segurança Social antes da aprovação do regime geral (grupos fechados) e os que se inscreveram após 2011.
Deste modo, os produtores agrícolas e os trabalhadores agrícolas das regiões autónomas que se inscreveram após 2011 têm uma taxa contributiva superior comparativamente aos que já se encontravam inscritos na Segurança Social até esse ano, ou seja, a taxa aplicada passou a ser 28,3% em vez dos 8%.
| “O aumento da taxa aplicada acarretou graves implicações na vida dos agricultores das duas regiões autónomas, revelando-se um regime muito penalizador para os agricultores que se instalam pela primeira vez”
Carlos César, Lara Martinho e João Castro exemplificam: um agricultor que tenha de receita bruta anual 100 mil euros paga mensalmente, só à Segurança Social, para além do IRS e do IVA, 593 euros; acresce a esta situação os sobrecustos pela sua condição de ultraperiferia.
Os deputados do PS eleitos pelos Açores têm-se empenhado na defesa do setor agrícola na região autónoma, tendo implementado já várias medidas, entre elas:
Exclusão dos subsídios ao investimento como rendimento relevante e apuramento da base de incidência contributiva dos trabalhadores independentes (produtores agrícolas);
Isenção em 50% das contribuições para a Segurança Social dos produtores de leite e de suínos em 2016;
Regime de apoio à agricultura familiar nos Açores, que criou um regime contributivo especial para a agricultura familiar nas duas regiões, aplicável aos contribuintes abrangidos pelo regime simplificado de tributação previsto no Código do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares;
Presença dos Açores no Gabinete de Crise;
Reposição do regime de aposentação dos trabalhadores dos matadouros públicos na Região Autónoma dos Açores, estabelecido em 2001;
Disponibilização de duas linhas de crédito no valor de 20 milhões de euros;
Defesa, junto das instituições europeias, da criação de um envelope financeiro adicional, no âmbito do POSEI;
Asseguraram que os Açores têm uma participação ativa nas negociações de Portugal com a União Europeia, acompanhando o ministro da Agricultura.