O Governo dos Açores vai investir cerca de cinco milhões de euros na construção do novo matadouro da ilha de São Jorge, um investimento que o Presidente do Governo considerou que constitui o símbolo da abertura de um novo ciclo para o setor da produção de carne na Região.
“Com a construção deste matadouro, abre-se um novo ciclo em termos do setor da carne na nossa Região. A abertura deste novo ciclo alicerça-se e fundamenta-se naquilo que tem sido o percurso que foi feito ao longo dos últimos anos” ao nível da quantidade e da qualidade, afirmou Vasco Cordeiro, que falava na apresentação do projeto da nova unidade industrial de São Jorge.
O Governo tem investido cerca de 15 milhões de euros na modernização e ampliação da rede regional de abate, tendo já sido construídos de raiz dois novos matadouros, um na ilha do Faial, inaugurado em 2018, e outro na Graciosa, inaugurado em 2019, assim como foram realizadas também importantes obras de remodelação e ampliação nos matadouros das ilhas Terceira e São Miguel.
Segundo referiu, os números são “particularmente elucidativos”, quer quanto à forma como o Governo encara o potencial deste setor, mas, sobretudo, da “capacidade de resposta que os agricultores deram aos instrumentos colocados à sua disposição”.
“Entre 2012 e 2016, o abate médio na Região foi de quase 60 mil bovinos. Nos últimos três anos, esta média anual subiu para mais de 70 mil bovinos abatidos. 63 por cento da carne de bovino destina-se à exportação, o que tem um significado claro quanto à pujança e dinâmica desta atividade”, sublinhou.
No segundo dia da visita do Executivo açoriano a São Jorge, Vasco Cordeiro salientou que, apesar deste percurso, é importante ter a consciência que nem tudo está resolvido, tendo em conta que é necessário “ter uma atenção permanente quanto à melhor forma de dinamizar o setor, de aproveitar todas as potencialidades que o mesmo apresenta e fazer com que essa dinâmica reverta em rendimento para os agricultores”.
Há passos que têm sido dados, como a exploração de novos mercados, a concertação entre todos os parceiros deste setor, através do Centro de Estratégia Regional para a Carne dos Açores – CERCA, e a certificação da rede de abate ao nível da qualidade e segurança alimentar, assegurou o Presidente do Governo, ao garantir que a construção do novo Matadouro de São Jorge tem a ver com esta dinâmica que se vive neste setor na Região.
De acordo com Vasco Cordeiro, a construção do matadouro é, assim, uma decisão já tomada, sendo agora o seu projeto submetido à análise dos parceiros desta área de São Jorge.
“Estaremos em condições de, no início da vigência do próximo Quadro Comunitário de Apoio, já em 2021, podermos avançar com a construção desta obra, que tem grande importância para a ilha de São Jorge e para a Região”, disse.
“São Jorge é a ilha que mais cresceu, do ponto de vista percentual, naquilo que tem a ver com abate de bovinos. Este facto é das melhores motivações que se pode ter para o impulso da realização de uma obra destas”, afirmou o Presidente do Governo.
Numa estrutura polivalente, o Matadouro de São Jorge contemplará todos os requisitos exigidos pelas normas nacionais e comunitárias, de modo a cumprir integralmente com as exigências tecnológicas, hígio-sanitárias e ambientais.
Terá capacidade para abater 15 a 20 bovinos ou 20 suínos/hora, o sistema de frio terá capacidade de refrigeração de 63 toneladas e a sala de desmancha poderá laborar 12 carcaças de bovinos ou 25 suínos por dia.
Refira-se, ainda, que este matadouro contará com a instalação de um túnel de congelação de apoio à sala de desmancha e câmara de conservação de congelados.
O novo Matadouro de São Jorge ficará também equipado com uma unidade de tratamento de águas residuais industriais, salvaguardando-se, deste modo, os requisitos de segurança e de redução dos seus impactos ambientais.
GaCS/PC