A deputada do Partido Socialista dos Açores à Assembleia da República, Lara Martinho, enalteceu, esta terça-feira, o trabalho desenvolvido pela Marinha e pelas Forças Armadas Portuguesas neste momento difícil de pandemia que atravessamos, tendo evidenciado a importância de “termos umas Forças Armadas fortes, dinâmicas e eficientes”.
A vice-presidente da bancada do GPPS, que participava na audição ao Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante António Mendes Calado, no âmbito da Comissão de Defesa Nacional, sublinhava assim, na ocasião, a importância de se defender uma maior presença da Marinha nos Açores, atendendo à vasta área marítima dos Açores, cerca de 56 vezes a área do território nacional, “presença esta que tornar-se-á ainda mais premente com a concretização da extensão da plataforma continental”.
Lara Martinho salientou que, já no passado, o Almirante evidenciou que a Marinha deveria ter uma posição mais forte nos Açores, “defendendo a recolocação e permanência na Região de dois navios patrulha até 2029”, estando na ocasião “a estudar a implementação de um dispositivo dinâmico, em vez de ter um navio sentinela, que reforçasse de uma forma aleatória e imprevisível a proteção das áreas marítimas portuguesas”.
Nesse sentido, a socialista lembra que, de momento, há apenas um navio patrulha oceânico em missão na Região, realizando tarefas específicas no âmbito da busca e salvamento marítimo, fiscalização da pesca e combate a atividades, estando capacitado para dar apoio humanitário na sequência de desastre naturais, tendo assim um importante papel no apoio à estrutura da Proteção Civil dos Açores.
Não esquecendo o excelente trabalho desenvolvido pelo NPO Setúbal, que ainda recentemente resgatou um homem que esteve no mar durante mais de 24h, a 460 km ao largo da ilha das Flores, “uma operação quase impossível e que demonstra a eficiência da nossa marinha”, sublinhou Lara Martinho.
Nesse sentido, a deputada questionou o Chefe do Estado-Maior da Armada sobre a forma como a Marinha tem articulado as suas permanentes funções, nomeadamente de busca e salvamento, de articulação com a Polícia Marítima na Região e de apoio à Proteção Civil dos Açores, num momento particular de pandemia, bem como quais os principais desafios que enfrenta.
Em resposta, o Chefe do Estado-Maior da Armada explicou que os Açores, pela dimensão do seu mar, deveria ter dois navios NPO, salientando ainda a facilidade com que se articulam na Região, quer com as autarquias, quer com as agências regionais, que tem sido muito facilitado, agradecendo, na ocasião, à Região pelo apoio prestado à Marinha.