A deputada socialista à Assembleia da República, Isabel Almeida Rodrigues, disse hoje que o plano de recuperação da crise provocada pela pandemia da COVID-19 “não pode esquecer as assimetrias preexistentes, nem as que se manifestaram ou agudizaram com a crise provocada pela pandemia da COVID-19, nem pode esquecer uma realidade muito peculiar que é a das regiões ultraperiféricas, que vivem desafios acrescidos”.
A deputada, que falava na audição a eurodeputados do BE e do PCP pela Comissão de Assuntos Europeus, lembrou que os deputados socialistas tem acompanhado de muito perto o processo de definição do quadro financeiro plurianual e a resposta europeia à crise, considerando que este é um momento em que a dimensão social da União Europeia assume importância acrescida, em que se verifica a necessidade de “mais solidariedade e que isso significa mais Europa”.
Isabel Almeida Rodrigues recordou o papel do Governo português na defesa dos interesses dos países da coesão e de uma resposta à crise que não repita o que aconteceu com a crise desencadeada em 2008, em que, “após pedir aos Estados-membros para gastarem o que fosse preciso, a União Europeia cobrou essa despesa com a imposição de políticas que deram péssimos resultados”.
Para a parlamentar açoriana, “a proteção das dívidas soberanas tem que ser uma prioridade europeia a par da proteção do emprego e do rendimento”, tendo considerado que, antes do acordo alcançado pelo Eurogrupo e confirmado no Conselho Europeu, “aquilo a que se assistiu foi à intensificação dos egoísmos nacionais e a solidariedade tardou a chegar”.
Na ocasião, a deputada reiterou a importância da política de coesão e da PAC e que as subvenções devem ser o instrumento privilegiado para fazer chegar aos Estados-membros os recursos financeiros do fundo de recuperação, devendo o quadro financeiro plurianual “assegurar os mecanismos necessários e articular a resposta à emergência sanitária, económica e social com transição verde e digital”.