“A Força Aérea sempre quis pôr lá, nos Açores, um segundo helicóptero, porque é também a nossa segurança. Este helicóptero tem um raio de ação de 340 milhas e se não tivermos lá um outro que faça esta mesma função, ou se houver um problema neste primeiro helicóptero, não temos ninguém que salve os nossos pilotos, portanto eu tenho todo o interesse em pôr lá esta segunda tripulação”, afirmou o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea.
O General Nunes Borrego, que respondia à deputada do Partido Socialista dos Açores, Lara Martinho, no âmbito da Comissão de Defesa Nacional, quanto à importância e à urgência no reforço de uma segunda tripulação para a Região, sublinhou ainda o atraso registado na qualificação de pilotos comandantes, atrasos consequência da COVID-19 e salientou: “Não lhe posso dar datas, podia dar data final de verão, mas é prematuro estar a antecipar como é que estão as classificações, face a este cenário global da pandemia.”
No decorrer da audição, a vice-presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista destacou ainda as várias medidas desenvolvidas quer pelo Ministério da Defesa Nacional como pelas Forças Armadas, demonstrativas da “elevada preparação, prontidão e sentido de responsabilidade no combate a esta pandemia no país”, para questionar sobre a implementação dos planos de gestão, segurança e contingência no âmbito da prevenção e contenção do contágio nas Bases militares.
De acordo com o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea,a preparação para esta situação decorreu de forma muito simples, pondo em prática os planos de contingência com que já costumavam treinar: “Temos de nos proteger e cuidar dos que estão infetados para poder continuar a nossa missão (…) Tivemos que preservar quem trabalha diretamente com as aeronaves, porque tem de estar presentes”, afirmou, acrescentando ainda que para minimizar os riscos de contágio “tentamos sempre trabalhar por turnos de forma a que não se sobrepusessem, para que não houvesse contaminação entre os grupos”.
Contudo, e de acordo com a informação disponibilizada pelo General, a Força Aérea contabilizou um total de 21 infetados, “dos quais 16 já estão recuperados, cinco ainda positivos, não se registou nenhum internamento e quatro estão em isolamento”, demostrando assim a eficácia dos procedimentos adotados.
Sublinhando ainda o trabalho desenvolvido no controlo de aviões militares estrangeiros que necessitem de fazer escalas técnicas em território nacional, situação alertada pela socialista aquando do início da pandemia, Lara Martinho questionou sobre se a Força Aérea poderá garantir, em permanência, a sua missão de apoio à população das duas Regiões Autónomas, respondendo igualmente às solicitações de apoio ao Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros (SRPCBA) ou das Forças e Serviços de Segurança (FSS), derivadas do estado de emergência atual, sublinhando que a “Força Aérea tem, e terá sempre, um papel importante no auxílio às populações dos Açores e da Madeira e em especial para fazer face à atual situação de pandemia, como aliás é patente nas ações que já desenvolveu”, acrescentou a deputada.