O Presidente do Governo afirmou hoje que a reconstrução dos estragos provocados pela passagem do furacão Lorenzo está em “velocidade de cruzeiro” em toda a Região, adiantando que 65 por cento das cerca de 160 situações identificadas já estão concluídas ou em execução em várias ilhas.
“Após nove meses da passagem do Lorenzo, o balanço é bem demonstrativo, não apenas da dimensão da tarefa de reconstrução, mas, sobretudo, do empenho e da determinação que temos tido neste processo. Das cerca de 160 situações identificadas na Região, cerca de 65 por cento já estão concluídas ou em execução, 11 por cento estão em fase de concurso público e 20 por cento encontram-se na fase de elaboração do projeto”, afirmou Vasco Cordeiro, no primeiro dia da visita estatutária ao Pico.
Falando na apresentação do projeto de reparação do molhe do Porto das Lajes do Pico, também danificado pelo Lorenzo na madrugada e manhã de 02 de outubro, o Presidente do Governo salientou que o planeamento da reconstrução nas várias ilhas começou logo no dia seguinte à tempestade, que provocou estragos avaliados em mais de 300 milhões de euros, a maioria dos quais em infraestruturas portuárias.
Segundo disse, no caso do Porto das Lajes das Flores, que ficou totalmente destruído, já decorrem as obras de emergência de proteção do terrapleno, num investimento de cerca de 22 milhões de euros, essenciais para assegurar a fiabilidade da operação regular de transporte de mercadorias à ilha.
“Paralelamente, estamos a trabalhar para que seja possível avançar, no início do próximo ano, com a efetiva construção de um novo porto nas Lajes das Flores. No global, estamos a falar de uma intervenção que, nas suas várias componentes, ascende a cerca de 180 milhões de euros”, disse.
“A nossa expetativa é que, ainda durante este verão, seja possível lançar todos os concursos públicos de empreitadas de recuperação dos portos afetados pelo Lorenzo, uma vez que os projetos estão já em fase final de execução ou em avaliação em modelo reduzido no Laboratório Nacional de Engenharia Civil”, num investimento global superior a 250 milhões de euros, avançou o Presidente do Governo.
Na sua intervenção, Vasco Cordeiro referiu que estes dados dão bem conta, não apenas da prioridade absoluta com que o Governo dos Açores encarou este processo, mas também de um outro facto que tem sido “essencial para que esta reconstrução esteja, nove meses depois, em plena velocidade de cruzeiro”.
“Falo-vos da solidariedade assumida, sem reservas, pelo Governo da República de suportar 85 por cento dos custos da recuperação dos estragos do furacão Lorenzo, que tem sido fundamental para avançarmos rapidamente com esta tarefa. Esta é, sem dúvida, uma das maiores expressões práticas de solidariedade nacional para com a nossa Região, que, quando precisou, face à dimensão da catástrofe natural que a atingiu, encontrou uma resposta pronta e imediata às suas pretensões”, sublinhou.
Sobre a obra do Porto das Lajes do Pico, que representa um investimento de cerca de 15 milhões de euros, além do reforço da cabeça-norte e do coroamento e da reparação do manto, está previsto o prolongamento do quebra-mar para sul numa extensão aproximada de 100 metros.
“Estamos, assim, perante uma obra estruturante para as Lajes do Pico, que passará a ficar também mais protegida contra as inundações, prevendo-se que o respetivo procedimento contratual para a empreitada seja lançado já no próximo mês”, anunciou Vasco Cordeiro.
De acordo com o Presidente do Governo, o esforço de investimento público na ilha do Pico não se limita apenas à recuperação dos estragos do Lorenzo, apontando o exemplo da construção do novo terminal de passageiros do Porto de São Roque, num investimento que ronda os 3,5 milhões de euros.
“Depois da empreitada ter sido já adjudicada em março, posso anunciar que, hoje mesmo, o Conselho do Governo vai apreciar o contrato-programa para seguir para visto prévio do Tribunal de Contas, prevendo-se que, se tudo decorrer dentro da normalidade, muito em breve se proceda à consignação e arranque desta obra que vai garantir maior conforto e segurança no transporte de passageiros e viaturas”, referiu Vasco Cordeiro.
(GaCS)