O Secretário Regional da Agricultura e Florestas afirmou hoje, em São Miguel, que a redução dos custos de produção, a aposta no aumento da eficiência das explorações, na qualidade e na valorização dos produtos lácteos são essenciais para melhorar o rendimento dos produtores de leite.
“Importa perceber que sem produzir, sem criar mais valor não criamos rendimento, perdemos identidade, além de outras consequências ao nível da manutenção da paisagem, da fixação de pessoas no meio rural”, frisou João Ponte, que falava numa sessão de esclarecimento sobre as medidas de reestruturação do setor leiteiro adotadas nos Açores, organizada pela Associação Agrícola de São Miguel.
Aos agricultores presentes, o governante salientou que é preciso ter consciência que os subsídios são uma ajuda ao rendimento, mas não o substituem, daí que o foco deve estar orientado no sentido de continuar a produzir, sendo para isso fundamental apostar, cada vez mais, na qualidade, na redução de custos de produção e numa melhor valorização dos produtos lácteos, com uma forte aposta na inovação, na diferenciação e no aumento da notoriedade das produções açorianas.
João Ponte afirmou que, ao longo da atual legislatura, as alterações introduzidas ao nível do POSEI, desenvolvidas com a colaboração da Federação Agrícola dos Açores, foram sempre no sentido de proteger o rendimento dos produtores.
“Ao decidirmos que os primeiros 150 mil quilos de leite não têm qualquer redução na ajuda do POSEI, possibilitamos que 33% dos produtores, só em São Miguel, recebessem o apoio por inteiro. No prémio ao abate de bovinos, 95% dos produtores de leite também receberam as ajudas por inteiro, para além de termos reduzido o período de retenção dos animais”, indicou João Ponte, destacando que todas estas medidas foram implantadas com o objetivo de apoiar o rendimento dos produtores.
O Secretário Regional da Agricultura manifestou confiança que as medidas definidas para reestruturar o setor leiteiro na presente legislatura possam merecer a adesão dos agricultores, pois pretendem contribuir para melhorar a eficiência das explorações e o rendimento dos produtores.
“Estão em causa medidas que foram construídas em articulação com as organizações de produtores, que estão ao dispor dos agricultores e que permitem melhorar a eficiência das explorações, que é um aspeto essencial em virtude da forte pressão que existe atualmente sobre o preço do leite pago ao produtor”, afirmou João Ponte.
Além do novo regime jurídico da cessação da atividade agrícola, que cria condições para uma retirada condigna por parte dos agricultores com mais idade, foi criada a possibilidade de conversão das explorações de leite em produção de carne, bem como a possibilidade de redução do número de animais e de produção leiteira em 20% sem perda das ajudas, no âmbito do POSEI.
Para o governante, estas medidas são acertadas e podem, na atual circunstância que estamos a atravessar de pandemia, ser uma ajuda importante na reestruturação do setor leiteiro, garantindo que, no futuro, se os resultados obtidos não foram os desejados, o Governo dos Açores, naturalmente, procederá à revisão das medidas, tal como tem feito noutras matérias.
(GaCS)