Centralidade dos Açores na segurança do Atlântico não irá diminuir, assegura Ministro da Defesa Nacional

PS Açores - 7 de julho, 2020
A deputada do Partido Socialista dos Açores à Assembleia da República participou na conferência sobre ‘O impacto estratégico da pandemia de COVID-19 no ambiente internacional’, uma reunião conjunta entre a Comissão de Defesa Nacional e a Comissão de Negócios Estrangeiros, e na qual a socialista Lara Martinho abordou a relação transatlântica entre Portugal e os Estados Unidos da América “Neste contexto que vivemos qual o contributo que Portugal, e em particular os Açores, tendo em conta a sua posição geoestratégica e os laços que nos unem aos EUA, podem ter para reforçar a relação transatlântica”, questionou a parlamentar socialista. Lara Martinho perguntou ainda na sua intervenção se “a pandemia poderá́ funcionar como um alerta para cooperarmos mais a nível internacional”. Em resposta, o Ministro da Defesa Nacional referiu-se aos Açores como sendo uma peça fundamental e cuja centralidade na segurança do Atlântico não irá diminuir: “Verificamos nestes tempos mais recentes, e projetando-se para o futuro, um renovado interesse no Atlântico enquanto elemento da relação transatlântica”. “Eu creio que é uma renovada centralidade na relação transatlântica e creio que a segurança marítima do atlântico, olhando para a abertura de novos canais de comunicação no Ártico, olhando para novas possibilidades de acesso da Rússia e da China ao atlântico, olhando para aquilo que se passa no golfo da Guiné, por onde passa tanto do nosso comércio, creio que podemos dizer que interessa-nos enquanto país, o plano nacional, e interessa-nos enquanto membros da aliança atlântica reforçar a centralidade atlântica dos Açores no nosso planeamento para o futuro”, afirmou João Gomes Cravinho. Já o Embaixador dos EUA em Portugal, George Glass, e referindo-se em específico à questão do equilíbrio sublinhou ser este um dos temas a discutir na próxima Comissão Bilateral, agendada para a próxima semana, acrescentando ainda a importância da Base das Lajes, quer para a segurança dos EUA como para a própria Região, sendo que apenas no ano passado contribuiu para a economia regional com 26 milhões de dólares. “A conversa é bem-vinda para saber como progredir a nível do futuro da Base das Lajes”, afirmou o Embaixador, referindo que inclusive era para ter ocorrido em maio um encontro com cientistas, estudantes e empresários para discutir o futuro da Base das Lajes, em termos económicos e científicos. Já sobre a relação transatlântica, considera não sentir negativismo nesta relação por parte dos EUA. Também o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas destacou o papel importante que os Açores poderão vir a ter na defesa do Atlântico, atendendo aos meios militares da Rússia e ao novo ator que surge no atlântico, a China, considerando por isso ter sido em boa hora que o Ministério da Defesa Nacional anunciou a criação de um centro de defesa, o Atlantic Center, no qual os países atlânticos terão a oportunidade de partilhar reflexões sobre o que os afeta.