A Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo adiantou hoje que, com a completa realização de um “ambicioso programa de investimentos”, acompanhada pelos sistemas de baterias a implementar pela EDA, estima-se que a contribuição da produção renovável nos Açores para 2025 “poderá aumentar significativamente, dos atuais 37% para cerca de 60%”.
Marta Guerreiro salientou que, desses 60%, 30% serão garantidos pela fonte geotérmica, tendo em conta que o Governo dos Açores tem vindo a consolidar a “aposta na geotermia” enquanto “investimento estratégico” da Região para garantir a transição energética para uma economia de baixo carbono.
A titular da pasta da Energia falava na apresentação dos projetos de expansão do aproveitamento geotérmico e de instalação do sistema de armazenamento de energia e controlo da rede da ilha Terceira, uma cerimónia presidida pelo Presidente do Governo, Vasco Cordeiro.
Na sua intervenção, a governante referiu que serão executados três poços geotérmicos com vista “a manter a produção da Central Geotérmica do Pico Alto a médio-longo prazo e permitir a expansão da potência instalada para 10 MW, num investimento estimado de 26 milhões de euros”, lembrando que a inauguração desta Central, no início da presente legislatura, em novembro de 2017, “foi um momento emblemático e um importante marco, não só para esta ilha, mas para todo o arquipélago, sendo um exemplo da estratégia consolidada do Governo dos Açores em elevar os padrões de sustentabilidade da Região, também por via da energia”.
“Ainda, e mantendo o nosso compromisso de promover a maximização do aproveitamento da energia renovável, assegurando os devidos parâmetros de qualidade, o Grupo EDA está também a apostar na integração de sistemas de armazenamento em diversas ilhas, como é o caso do investimento estimado em 13,8 milhões de euros para a ilha Terceira”, acrescentou.
Segundo Marta Guerreiro, este sistema, juntamente com os novos furos a realizar no campo geotérmico do Pico Alto, levará a que ilha Terceira possa atingir “uma taxa de integração de renováveis acima dos 60%”.
Na ilha Terceira, com o contributo da energia hídrica (0,3%), da eólica (16%), da valorização energética de resíduos (6,1%) e da geotermia (12,5%), registou-se cerca de 35% de energia limpa em 2019.
Na ocasião, a Secretária Regional referiu ainda que, em São Miguel, prevê-se “expandir a potência instalada na Central Geotérmica do Pico Vermelho de 10 para 15 MW e saturar a potência da Central Geotérmica da Ribeira Grande (13 MW), num investimento global estimado de 39 milhões de euros”.
“São diversos os projetos europeus com base em investigação e desenvolvimento que integramos, também na área da geotermia, naquele que é um esforço sem precedentes para incrementar a utilização do recurso geotérmico a nível europeu, não apenas para a produção de eletricidade, mas também nas múltiplas utilizações possíveis, tendo por base a capacidade calorífica”, afirmou.
(GaCS)