O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afirmou hoje que as reservas marinhas são “instrumentos fundamentais de gestão” do mar dos Açores, que vão beneficiar “não só as empresas marítimo-turísticas, mas também a atividade da pesca”, quer seja lúdica, quer seja profissional.
Gui Menezes defendeu que as reservas marinhas “funcionam como maternidades e como sítios de exportação de peixe para áreas adjacentes e, portanto, são também importantes para a pesca”.
O Secretário Regional falava à margem de um mergulho na Reserva das Caldeirinhas, ao largo da ilha do Faial, a primeira reserva marinha da Região, classificada em 1984, e que integra a Rede Natura 2000.
Segundo o titular da pasta do Mar, o mergulho de hoje teve como objetivo não só “chamar a atenção para a importância que as reservas marinhas têm para a conservação da biodiversidade e para a abundância das espécies”, mas também “motivar os Açorianos para, este verão, procurarem as nossas empresas marítimo-turísticas e fazerem uma atividade diferente, em família, seja mergulho ou ‘whale watching’”.
“Nós temos dos melhores sítios do mundo para mergulhar”, disse Gui Menezes, desafiando os Açorianos a “virarem-se para o mar e a conhecerem o nosso património natural”.
A Reserva das Caldeirinhas é uma das três áreas classificadas onde, durante o mês de junho, foram efetuados oito mergulhos exploratórios para o mapeamento de lixo marinho, a par da Baixa do Sul, no canal Faial-Pico, e dos Ilhéus da Madalena, no Pico.
Com os resultados destes mergulhos estão agora a ser elaborados mapas para a posterior remoção do lixo, trabalho que deverá arrancar ainda este ano, sendo que, em 2021, será realizada uma avaliação à taxa de deposição de lixo marinho.
Este trabalho está a decorrer no âmbito do LIFE IP Azores Natura, o maior projeto de conservação alguma vez concebido para os Açores e que representa, até 2027, só na componente marinha, um investimento superior a 4,3 milhões de euros.
“É um projeto muito operacional para fazermos, por exemplo, levantamentos e recolha de dados e para percebermos os impactos do lixo nos nossos ecossistemas marinhos”, afirmou o Secretário Regional.
O LIFE Natura prevê, entre outros, uma grande componente de formação e de diálogo com a sociedade civil, bem como ações ligadas à recuperação de habitats marinhos, ao controlo de espécies marinhas invasoras e à utilização de áreas marinhas protegidas, em particular da Rede Natura 2000, pelos utilizadores do espaço marítimo, de forma a avaliar o real cumprimento dos regulamentos em vigor.
Neste sentido, a Direção Regional dos Assuntos do Mar está também a coordenar uma campanha regional de limpezas costeiras e subaquáticas, envolvendo não só empresas, mas também os cidadãos.
GaCS/GM