A Comissão de Inquérito à Azores Park, aprovada pela Assembleia Municipal de Ponta Delgada, tomou posse na passada sexta-feira, 31 de julho. Constituída por representantes do PS, do PSD, do BE e por um elemento do Movimento Cívico Santa Clara Vila Nova, a Comissão de Inquérito é presidida por Humberto Bettencourt, atual secretário da mesa da Assembleia Municipal de Ponta Delgada.
“A Câmara Municipal de Ponta Delgada vive um período tempestuoso e já vai no seu terceiro presidente no espaço de poucos meses. Julgo que esta comissão de inquérito será decisiva e essencial para esclarecer todas as questões relacionadas com a venda da Azores Park, um processo que, como é público, encontra-se nas malhas da justiça. A autarquia de Ponta Delgada precisa de estabilidade e este processo da Azores Park precisa de ser cabalmente esclarecido”, disse José Carlos San-Bento, coordenador dos socialistas na Comissão de Inquérito.
Para José San-Bento, “é útil para todos que esta comissão inicie os seus trabalhos e possa contar com a colaboração de todos para efetivamente poder esclarecer e dissipar todas as dúvidas. A primeira reunião já decorreu e serviu, essencialmente, para eleger a mesa da Comissão, a qual contou com 10 votos a favor e 5 abstenções. Já deu, no entanto, para perceber que parte dos elementos do PSD nesta comissão estará empenhada em criar manobras dilatórias para dificultar e obstaculizar o normal desenvolvimento dos trabalhos. Isto tornou-se, aliás, absolutamente claro, quando mal tinha acabado de tomar posse a Comissão e já dois elementos do PSD preferiram abandonar a reunião, por não concordarem com a eleição da mesa. Enfim, só podemos lamentar este comportamento e dar a garantia de que, pela nossa parte, nada impedirá esta comissão de inquérito de realizar o seu trabalho”, concluiu José San-Bento.
Recorde-se que a Comissão de Inquérito à Azores Park foi criada na sequência de um contencioso jurídico entre o Banco Santander e a Câmara Municipal de Ponta Delgada, no qual aquela instituição bancária acusa a gestão da autarquia (ao tempo liderada por José Manuel Bolieiro) e a administração da empresa municipal, da qual fez parte a atual Presidente da CMPDL Maria José Duarte, de agirem de má-fé e de provocarem a insolvência culposa da empresa, num processo que é também acompanhado pelo Ministério Público.