Investimento no novo Porto das Lajes das Flores é “intervenção estruturante e ambiciosa”, afirma Vasco Cordeiro

PS Açores - 12 de agosto, 2020
O Presidente do Governo afirmou hoje que o investimento estimado de cerca de 180 milhões de euros na construção do novo porto comercial das Lajes das Flores constitui uma “intervenção estruturante e ambiciosa”, que vai permitir “repensar toda a aérea portuária” atingida pelo furacão Lorenzo. “Não estamos a falar apenas da reconstrução do porto. Esta é uma boa oportunidade, resultante de circunstâncias trágicas, para repensar toda a área portuária. Foi essa a orientação transmitida, tendo em conta que o porto comercial das Flores é essencial para garantir as acessibilidades marítimas a essa ilha, mas também ao Grupo Ocidental. É uma infraestrutura de importância estratégica e vital”, adiantou Vasco Cordeiro. O Presidente do Governo falava na apresentação do estudo para a reconstrução e reordenamento do porto comercial da ilha, que decorreu, esta quarta-feira, nas Lajes das Flores, cerca de dez meses após a passagem do furacão Lorenzo, que destruiu por completo a principal infraestrutura portuária da ilha. Segundo disse, o projeto do futuro porto prevê triplicar a área acostável, através da construção de uma ponte-cais, distinta do molhe comercial, com 140 metros de comprimento, acostável dos dois lados, num investimento de cerca de 15 milhões de euros, sendo que ainda este mês será lançado o procedimento para a contratação dessa empreitada. Essa ponte-cais permitirá, assim, criar redundâncias, ou seja, evitar que voltem a acontecer perturbações do ponto de vista das acessibilidades marítimas às Flores, “constituindo uma segurança acrescida para que, em situações de grave perturbação, se mantenham às condições de abastecimento marítimo”, sublinhou Vasco Cordeiro. Depois de referir que, até à conclusão total da obra do novo porto, “será um trajeto longo”, o Presidente do Governo salientou que esta será uma “intervenção estruturante e ambiciosa para o porto comercial das Lajes das Flores”, que se enquadra na recuperação dos estragos provocados em estruturas portuárias de oito ilhas, com exceção da Graciosa, e que ascenderam a cerca de 300 milhões de euros.  “Até final deste ano, tirando o porto das Lajes das Flores, que é o processo de maior dimensão, contamos ter todos os procedimentos já andamento e a maior parte desses investimentos mesmo já em concretização”, avançou o Presidente do Governo, destacando, “por dever de justiça”, a decisão tomada pelo Governo da República de assumir 85% de todos os custos relativos à recuperação dos danos do furacão Lorenzo. Vasco Cordeiro deixou, por outro lado, uma palavra de agradecimento aos Florentinos pela compreensão que demonstraram na sequência da destruição do porto comercial, assim como à Autoridade Marítima, pela colaboração manifestada com o Governo dos Açores neste processo. A intervenção global no porto das Lajes das Flores, incluindo os novos equipamentos de operação portuária, as obras de emergência de proteção do terrapleno e a construção do novo molhe e do novo cais, ascendem a um total de 180 milhões de euros. A construção do novo molhe e do novo cais representa um investimento estimado de cerca de 155 milhões de euros, prevendo-se que o concurso público para a execução desta obra decorra no início do próximo ano, tendo em conta os vários procedimentos necessários, entre os quais os ensaios em modelo reduzido no Laboratório Nacional de Engenharia Civil. A este valor acrescem os investimentos de cerca de 25 milhões de euros já concretizados e que estão em execução, como sejam as obras de proteção de emergência do terrapleno, a aquisição de novos equipamentos portuários e as limpezas e dragagens que foram necessárias efetuar. O porto das Lajes das Flores passará a ter um cais que aumentará dos anteriores 170 metros para um total de 450 metros acostáveis, estando ainda prevista a separação das operações de carga e de movimentação de passageiros e viaturas, a construção de uma nova rampa roll-on-roll-off, o aumento da plataforma de cais para mais do dobro, com mais cerca 4.800 metros quadrados do que anteriormente, e um novo terminal de passageiros e de novas infraestruturas de apoio à náutica de recreio e à atividade marítimo-turística. GsCS/PC