A deputada do Partido Socialista dos Açores à Assembleia da República questionou esta sexta-feira sobre o papel que irá desempenhar a Segurança e Defesa da União Europeia nesta nova realidade provocada pela pandemia da COVID-19. Lara Martinho falava na conferência Interparlamentar sobre PESC/PCSD, uma das várias reuniões em que a deputada socialista chefiou a delegação portuguesa esta sexta-feira.
Sublinhando que as grandes crises, sejam económicas, financeiras ou de saúde, definem períodos da história, Lara Martinho afirmou que a atual pandemia já deixou a sua marca, havendo agora um antes e depois da COVID-19, salientando também a importância de estarmos agora atentos aos fenómenos e dinâmicas regionais e internacionais crescentes.
“Vivemos num ambiente de segurança em constante evolução, e, no atual contexto global, é importante olhar para a segurança e defesa de uma perspetiva que ultrapassa a realidade a que estávamos acostumados”, frisou a deputada, acrescentado ainda que se deve olhar os efeitos da pandemia “não apenas nas pessoas, mas na relação entre os próprios Estados e no sistema internacional como um todo”.
Ainda na área da segurança e defesa, a vice-presidente da bancada socialista destacou o papel da União Europeia na procura de paz e segurança em todo o mundo, avançando na coordenação de políticas de desenvolvimento e segurança, resultados que devem ser consolidados e sobre os quais a Presidência Portuguesa da União Europeia se irá centrar, durante o primeiro semestre de 2021.
Nesse âmbito, Lara Martinho destacou as quatro prioridades que a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia tem na ordem do dia ao nível das políticas de defesa, nomeadamente a “segurança marítima no Atlântico e no Golfo da Guiné; as relações da União Europeia com a África; a relação com a Aliança Atlântica e a criação de uma identidade europeia de defesa através da consolidação da indústria de defesa”.
Estas mesmas prioridades foram também evidenciadas pela deputada socialista durante a sua intervenção na reunião TROIKA, reunião esta que assume o caráter de preparação das reuniões em Lisboa, e que ocorreu entre o trio de presidências.
Já no decorrer da reunião do Grupo MED, na qual se incluem sete dos Chefes de Delegação dos Parlamentos do Sul, Lara Martinho abordou questões como a crescente tensão na região do Mediterrâneo Oriental e as relações com a Turquia, bem como a preocupação com os desenvolvimentos na Líbia e os riscos que o ressurgimento deste conflito pode trazer à Europa, incluindo o aumento do terrorismo, o surgimento de uma nova crise migratória e a desestabilização nos países vizinhos.