A Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo adiantou hoje que o Governo dos Açores está a implementar um projeto de estruturação do produto turístico canyoning, intervindo e qualificando 46 ribeiras nas ilhas das Flores, Santa Maria, São Miguel, Terceira, São Jorge e Faial.
Marta Guerreiro falava, no Poço do Bacalhau, no concelho das Lajes da Flores, na apresentação do projeto de qualificação das ribeiras para canyoning, que está a ser desenvolvido em parceria com a Associação Desnível nos Açores.
“Apresentamos este projeto nas Flores, uma das nossas ilhas emblemáticas para a prática deste produto de Turismo de Natureza Ativa, que pretendemos que seja potenciado por via das várias ações que temos implementado”, frisou a governante.
Marta Guerreiro acrescentou que a ilha das Flores "já tem o trabalho de reequipamento concluído, tendo-se já iniciado a implementação da sinalética, prevendo-se que até meados de outubro todas as 46 ribeiras fiquem completas, não invalidando que futuramente outras venham a fazer parte desta rede oficial agora instituída”.
Ao nível da avaliação e melhoria do equipamento existente, estão a ser substituídas ancoragens nas ribeiras, sendo que aquelas que se encontram junto ao mar levarão ancoragens em titânio por serem resistentes à ação da maresia e, em ribeiras com grandes verticais, serão colocadas reuniões com correntes.
A Secretária Regional referiu ainda que “foi desenvolvida sinalética própria para o canyoning, identificando e direcionando os praticantes até ao início das ribeiras”, disciplinando-se também os praticantes para não utilizarem diferentes percursos, que podem passar por áreas mais perigosas ou até mesmo ambientalmente mais sensíveis, prevendo-se que esta fase do projeto fique concluída até final de novembro.
“Cada ribeira equipada contará com informação descritiva a ser contemplada em suportes informativos digitais e físicos, nos quais estarão identificados vários aspetos: acessos, saídas, ancoragens, fracionamentos, extensão das verticais, entre outros aspetos mais técnicos”, afirmou.
Será ainda atribuído um código a cada ribeira, tal como já se faz na rede de percursos pedestres, permitindo, deste modo, a existência de uma inventariação das ribeiras utilizadas para esta atividade, bem como comunicar de forma segura e clara quais as que estão aptas para o canyoning.
“Também categorizamos as ribeiras em três: Desportivas, aquelas que são dirigidas para praticantes autónomos; Experiência/Comercial, especialmente utilizadas pelas empresas para desenvolver a atividade com os seus clientes; e Aventura, para praticantes autónomos, para as quais é aconselhável o reforço de equipamento próprio”, frisou Marta Guerreiro.
A titular da pasta do Turismo adiantou ainda que está a ser feito "um levantamento de todos os acessos às ribeiras, bem como saídas de emergência, uma vez que, em caso de surgimento de algum imprevisto durante a atividade, como o aumento repentino de caudal, é importante haver saídas de emergência identificadas”.
“Essa informação será disponibilizada aos praticantes, sendo igualmente utilizada para a identificação das necessidades de sinalética e respetiva localização”, referiu.
Segundo a Secretária Regional, “está a ser criado um microsite, em parceria com a ATA – Associação de Turismo dos Açores, disponibilizando-se informação para que os praticantes possam planear a sua atividade, descarregar conteúdos e ter acesso às empresas da Região que desenvolvem esta atividade, 12 atualmente, e cujos contributos têm sido bastante relevantes na planificação deste projeto”.
Na ocasião, Marta Guerreiro sublinhou que o Guia de Canyoning dos Açores será reeditado em formato digital até ao final do ano e que ficará posteriormente disponível, gratuitamente, para ser descarregado naquele microsite.
“Todo este trabalho está a ser desenvolvido de forma integrada, contemplando não só a vertente da qualificação do produto, com o reequipamento e a sinalização das ribeiras, como também a vertente da comunicação e promoção, com a reedição do Guia de Canyoning e com a criação do microsite, algo pioneiro a nível nacional e que acreditamos vir a ser uma referência junto dos mercados internacionais que procuram este tipo de produto”, frisou a Secretária Regional.
(GaCS)