Lara Martinho, conjuntamente com um grupo de deputados à Assembleia da República, reuniu com os membros do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho e Bernardo Trindade, focando, além das questões relacionadas com as comunidades portuguesas, questões pertinentes para os Açores, como a mobilidade dos açorianos e a garantia de fluxos turísticos, evidenciando “a importância de uma cooperação com a companhia aérea regional, de forma a que haja colaboração e não concorrência entre ambas, para maior benefício de todos os açorianos”.
“Além da importância de o plano de reestruturação ter em atenção as necessidades também dos Açores, salientei a necessidade de reforçarmos as rotas para a região, nomeadamente Açores-Porto, sendo importante ter em conta os preços e a articulação dos horários com as outras companhias aéreas, salientei ainda a importância de uma estratégia forte para o próximo verão IATA, a partir de março 2021, para contribuir para a recuperação do turismo. Da parte do Conselho de Administração da TAP foi-nos transmitido que estas questões seriam tidas em consideração no plano de reestruturação da companhia e mostraram-se sensíveis a uma colaboração com a SATA”, afirmou a vice-presidente do GPPS.
Outro dos temas abordados na reunião foi o serviço ao cliente e a gestão dos processos de reclamações, que têm suscitado muitas queixas devido à anulação e alteração de voos e falta de resposta aos 'emails' e telefonemas dos passageiros prejudicados, o que foi reconhecido pela companhia aérea como sendo um problema que é "absolutamente essencial que seja rapidamente resolvido".
Em relação às comunidades portuguesas, a parlamentar socialista lembrou que, passados seis meses desde o início da pandemia seria expectável que “a TAP tivesse a maior atenção relativamente aos países onde existem fortes comunidades portuguesas, muito particularmente na Europa e América do Norte, por representarem um enorme potencial de clientes”.
Perante as muitas queixas face à anulação e cancelamento de voos, a socialista recordou ainda que muitos foram prejudicados, tendo inclusive de assumir custos inesperados.
“A TAP tem uma missão incontornável de serviço público, que obviamente se deve refletir na sua relação com as comunidades portuguesas, como consta das suas orientações e obrigações. Infelizmente, isto não tem acontecido e muitos portugueses residentes no estrangeiro acabaram por optar por outras companhias, seja por oferecerem mais garantias de realização dos voos previstos, seja porque os inúmeros casos que têm ocorrido geram perda de confiança em relação à companhia portuguesa”, acrescentou.
Nesse sentido, Lara Martinho questionou relativamente às perturbações causadas aos clientes que pretendiam viajar para Portugal, bem como se tem havido cancelamentos de voos oriundos de aeroportos europeus, particularmente de França, Luxemburgo, Suíça ou Alemanha, acrescentando ainda qual a previsão para os próximos meses, nestes mesmos países.
O reinício das ligações para a Venezuela e a possibilidade de uma linha direta para a África do Sul foram outras das questões colocadas pela socialista, tendo sido confirmado o início da ligação para Caraças a partir de dezembro e para África de sul no próximo ano.
“O contexto atual é muito difícil, devido à redução drástica da procura causada pela pandemia de COVID-19, à necessidade de lidar com a situação de grandes prejuízos e com incerteza de não se saber ainda quando será possível recuperar a confiança dos passageiros para voltarem a viajar de avião. Neste contexto, a TAP tem em curso um plano de reestruturação que vai procurar ajustar a sua organização e operações em função da conjuntura e dos contextos em que desenvolve a sua atividade”, afirmou a deputada.