Programa do Governo é motivo de “grande preocupação” e encerra contradições graves

PS Açores - 11 de dezembro, 2020

O Presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores, Vasco Cordeiro, manifestou “grande preocupação” face ao programa apresentado pelo XIII Governo que mereceu o voto contra de mais dois partidos eleitos para o Parlamento Açoriano. No encerramento do debate sobre a proposta do executivo, Vasco Cordeiro realçou as contradições entre as propostas e a prática e os prejuízos que podem advir para os Açorianos.

 

Tendo em conta que a entrada “em plenitude de funções” do XIII Governo depende da aprovação do seu Programa, Vasco Cordeiro considera que “este é um dos momentos maiores do exercício da Autonomia”, pelo que se exige “particular clareza, transparência e concretização”. Mas, no final dos três dias de debate sobre o Programa que a coligação tem para o Governo, conclui-se que “não é este o caminho que os Açores devem seguir para não deixar ninguém para trás”.

O que este debate revelou é “motivo de apreensão” e de “grande preocupação”, realçou o Presidente do GPPS. Para Vasco Cordeiro, o documento debatido não disfarça que “o Programa do Governo é uma desesperada tentativa de justificar a tomada do poder” e que “fazer a casa a começar pelo teto” não terá um “resultado positivo”.

Para Vasco Cordeiro, durante o debate, o Governo “oscilou, erraticamente” entre anunciar medidas que são cópia ou continuidade das medidas que “tanto combateram como negativo, no passado” e entre “a ausência de resposta quanto a metas, objetivos ou formas de concretizar as generalidades nas quais o Programa de Governo é pródigo”.

Outra das conclusões que se retira do debate do Programa de Governo é que “este Governo é mais diligente e pressuroso em atacar o PS e o seu património político, do que em olhar o Futuro e o desenvolvimento dos Açores”. Para Vasco Cordeiro os partidos que suportam o governo “tentaram transformar este debate na segunda volta das eleições legislativas regionais do passado dia 25 de outubro, procurando aqui a legitimidade que, com total liberdade, o Povo Açoriano expressivamente lhes recusou nas urnas”.

As posturas do Secretário Regional das Finanças e do Secretário Regional da Saúde, foram demonstrativas disso mesmo, exemplificou, referindo o “lamentável episódio da ‘decisão’ que, afinal não era ‘decisão’, mas que, - repare-se! -, no entender do senhor secretário, não pode deixar de ser a decisão a tomar pela Comissão Europeia sobre a SATA!”

“O Senhor Secretário Regional das Finanças mentiu ao Parlamento dos Açores e mentiu ao Povo Açoriano”, condenou Vasco Cordeiro lamentando a “irresponsabilidade e a leviandade demonstradas num assunto de tamanha importância estratégica” e questionou “com que coerência o Senhor Secretário Regional das Finanças se apresentará na próxima reunião com a Comissão Europeia sobre este assunto a defender a SATA e os Açores?”.

Igualmente condenável foi o comportamento do Secretário Regional da Saúde que “três dias após ter anunciado o apocalipse no Serviço Regional de Saúde, entre ruturas e colapsos – claro está, insinuando a culpa do anterior Governo do Partido Socialista -, que lançaram o alarme, a angústia e o medo, veio, ele próprio, desmentir-se: afinal, não era verdade o que tinha dito antes, o Serviço Regional de Saúde não está à beira da rutura, nem à beira do colapso”.