Os deputados do Grupo Parlamentar do PS/Açores querem ouvir a Secretária Regional da Cultura, da Ciência e Transição Digital, sobre os critérios da gestão da única coleção de História Natural dos Açores que está patente no Museu Carlos Machado.
“Tendo em conta as mais recentes notícias sobre transferências de peças da coleção de História Natural dos Açores e, em particular, de informações que parecem indiciar, nesta matéria, a submissão de critérios técnicos a critérios políticos, entendemos que a Secretária Regional da Cultura, deve vir prestar informações sobre a decisão que foi tomada, para que fiquem esclarecidas as dúvidas sobre com que critérios se rege o Governo”, adiantou Marta Matos.
Para a deputada do PS/Açores, “a questão não é a transferência de peças entre ilhas da nossa Região. Isso sempre aconteceu e continuará a acontecer. A questão é o que resulta desta situação e se, apenas para satisfazer clientelas políticas, o Governo passa por cima de critérios técnicos. Ora, não basta, para isso, acenar com a decisão ser tomada pelo titular político. Quando ela vai, de forma tão flagrante, contra os critérios e recomendações técnicos, ela precisa de ser especialmente justificada. E é para dar essas justificações, caso elas existam, que queremos ouvir a Senhora Secretária”, acrescenta Marta Matos.
Recorde-se, a este propósito, os alertas dos responsáveis do Museu Carlos Machado e de outros especialistas, que deram parecer negativo à transferência de uma peça da coleção de História Natural para o Ecomuseu do Corvo. “As suspeitas de que pode estar em causa a preservação dessa peça cuja conservação tem de ser feita por taxidermistas, o facto de referirem que a decisão é “um erro grave” e que empobrece a Região, tem de ser devida e cabalmente esclarecida”.
Para Marta Matos “de forma algo surpreendente, o atual Governo, que é novo na sua existência, parece ser já muito velho nas práticas, nos vícios e na politização do que deve ser estritamente técnico”. A deputada do PS/Açores recorda que “o Parlamento Açoriano já tinha sido chamado a pronunciar-se sobre esta separação de exemplares que constituem a Coleção de História Natural dos Açores, opondo-se a esta fragmentação”.