No âmbito de uma Declaração Política sobre Turismo e Transportes, Francisco César lamentou a falta de respostas por parte do Secretário Regional e avisou que a falta de estratégia deste governo está a prejudicar a retoma do setor. “Nós estamos numa situação em que os agentes do setor não sabem o que é que o verão que agora começa lhes reserva (…) Não sabem qual a estratégia e a visão que a Região tem para o seu setor do turismo e aquela que vai desenvolver em termos de promoção”.
O deputado do PS/Açores recordou “a uma aposta muito forte” que está a ser feita noutros mercados, nomeadamente a nível nacional, para “atrair fluxos de turistas para o nosso País, por forma a que as empresas que ficaram severamente afetadas pela pandemia pudessem ter algum rendimento, pudessem ter algum fruto do seu trabalho e com isso tentar estancar o aumento de desemprego e da diminuição dos rendimentos”.
Na Região, diz o parlamentar, os “agentes do setor turístico dos Açores andam à procura do Secretário Regional do Turismo para que ele lhes possa dar respostas em relação aquilo que o futuro lhes reserva - e isto senhor secretário é, muito, muito grave na situação em que estamos!”.
“Nós estamos numa situação em que os agentes do setor não sabem ao certo se as operações turísticas que vêm para a Região são para manter, se vão ser aumentadas - sabem apenas que são manifestamente insuficientes. (…) Sabem apenas que aquilo que está a ser feito, não está a ser feito pelo Governo, mas sim por uma agência externa, a ATA que se tem esforçado com todas as forças que tem para conseguir dar algum rumo ao setor do turismo”, acrescentou.
Francisco César condena o “silencio absoluto” deste Governo que prejudica a recuperação do setor do Turismo: “Não sabem também o que é que nós temos para vender. Nós temos para vender uma Região segura? Uma Região que em termos sanitários dá confiança aqueles que cá vêm? Uma Região que não é massificada?”.
Mas, alerta, o mesmo acontece com o setor dos transportes: “Do ponto de vista dos concursos e das relações com o Governo da República pouco se sabe. Pouco se sabe se a aposta é em cinco gateways, é em três gateways, se vamos ter Obrigações de Serviço Público (OSP) modificadas, se vamos manter o mesmo tipo de OSP, se no futuro as companhias low-cost vão continuar a voar para a ilha Terceira, por exemplo, isso está garantido, senhor secretário? Há diligências feitas por parte do seu governo neste âmbito?”.
Francisco César também questionou o executivo quanto às Obrigações de Serviço Público interilhas: “Os senhores anunciam uma tarifa, uma tarifa que com certeza estudaram, que tem regras para residentes, mas que ainda ninguém conhece as regras para os não residentes. Quanto é que os turistas vão pagar no interilhas? Como vão funcionar os encaminhamentos? Quais serão as regras concretas das tarifas a 60 euros para os residentes? Senhor secretário falta menos de um mês?”.