O Secretariado Regional do PS/Açores lamentou, esta quinta-feira, que o Governo Regional continue, ano e meio depois desde a tomada de posse, a tentar justificar os seus erros constantes, com a atuação do anterior Governo Regional, da responsabilidade do Partido Socialista.
Para Sérgio Ávila, membro do Secretariado do PS/Açores, “este é, infelizmente, o modo de agir deste Governo Regional: Não faz, e quando o pouco que faz, erra, atribuindo sempre a culpa aos outros”.
Segundo o dirigente socialista, que falava em Angra do Heroísmo, em conferência de imprensa, o processo das Agendas Mobilizadoras é mais um exemplo desta flagrante realidade, no qual se comprovou, agora, tal como o PS havia alertado na altura, que este processo não vai começar do zero, conforme anunciado.
“O Partido Socialista tinha razão quando alertou que as empresas Açorianas iriam perder o acesso às Agendas Mobilizadoras e aos apoios à inovação empresarial”, referiu o socialista, para relembrar que, tal como alertaram na altura, “os 117 milhões de euros disponíveis para as empresas, só podem ser utilizados no acesso a apoios para descarbonização da indústria e transição digital, sendo os apoios à inovação empresarial, tão necessários na Região, uma oportunidade já totalmente perdida, por culpa deste Governo”.
Salientando que quando colocado perante as contradições geradas pelas suas declarações, “o Presidente do Governo diz não ter sido bem entendido”, Sérgio Ávila reforçou que o Presidente do Governo “para desviar as atenções, volta a tentar culpar outros por este seu insucesso”, tal como o fez “ao atribuir ao anterior Governo a responsabilidade pelo acordo do PRR”, o que não corresponde à realidade, conforme demonstrou.
“O acordo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e os contratos de financiamento foram assinados a 2 de setembro de 2021, pelo atual Governo Regional, com a presença do Presidente do Governo, só após 9 meses da tomada de posse deste, sendo que a negociação do PRR foi, nesse período, realizada pelo atual Governo, sem qualquer condicionante ou limitação”, frisou o socialista, para destacar que o facto de o modelo ter sido idêntico para as duas Regiões Autónomas revela, também, “que não se poderá atribuir ao anterior Governo dos Açores qualquer responsabilidade neste dossiê”.
A este propósito, Sérgio Ávila relembra ainda que o atual executivo teve 9 meses a negociar o PRR com o Governo da República, sendo que assinou o acordo que entendeu, “sem qualquer limitação anterior, porque o anterior Governo não acordou, não limitou, nem aceitou nada que condicionasse a afetação dos 5% do PRR destinado aos Açores”, conforme comprovam as declarações do ex-Ministro do Planeamento, na Comissão de Inquérito.
Nessa medida, e frisando que o atual Governo teve total liberdade para estabelecer o acordo de distribuição de verbas que entendesse, o socialista manifesta não compreender “como é que passados 18 meses, este Governo tenta, mais uma vez, desculpar-se, colocando a responsabilidades em outros”.
No entender do Partido Socialista dos Açores, os Açorianos precisam de um Governo “que olhe em frente e resolva os problemas” e não de um Governo que se limite “a olhar para trás, para justificar os problemas que cria diariamente”, considerando, assim, que “este Governo está distraído a atribuir culpas ao anterior Governo Regional, em vez de estar a dar respostas aos desafios presentes e futuros e a assumir aquelas que são as suas exclusivas responsabilidades”.