O PSD e Chega chumbaram esta terça-feira a audição proposta pelo PS dos três membros do Conselho de Administração da Unidade de Saúde da Ilha do Corvo (USIC), na Comissão de Assuntos Sociais do Parlamento Açoriano.
Na diligência proposta pelos socialistas, no âmbito da petição “Exposição dos Funcionários sobre o CA – USIC”, Lubélio Mendonça, deputado do PS eleito por aquela ilha, pretendia “ver esclarecidos todos os contornos da polémica exoneração do Dr. António Salgado de Presidente do Conselho de Administração da USIC, que ainda não foram bem esclarecidos, nem mesmo após uma sessão de perguntas em plenário, no parlamento regional”.
“Em plenário, o Secretário Regional da Saúde, Clélio Meneses, alegou muitas dificuldades de comunicação e de interação entre os dois membros da Administração e o Dr. Salgado, chegou a ler uns alegados emails e até disse que os ia entregar à Assembleia Regional, para disponibilização aos deputados, o que nunca chegou a fazer”, realçou Lubélio Mendonça.
O deputado do PS questiona, assim, acerca da “veracidade e mesmo da existência desses alegados emails com queixas do Dr. António Salgado”, uma vez que, para o Secretário Regional da Saúde, “teria sido simples disponibilizá-los a todos os deputados, mas o facto é que nunca o fez”.
“Isto adensa ainda mais toda a névoa em torno do assunto. Parece-me evidente que este governo e esta coligação quiseram correr com o Dr. Salgado da ilha do Corvo, destituindo-o do cargo de Presidente da Administração e, uns dias mais tarde, também do cargo de Diretor Clínico daquela unidade de saúde”.
Lubélio Mendonça classifica toda esta polémica como “lamentável”, uma vez que o “único objetivo claro parece ter sido remover o Dr. Salgado de funções, um médico que prestava um bom serviço aos Corvinos, para instalar um outro médico, que foi candidato pelo PPM nas últimas regionais, numa clara benesse político-partidária daquele partido”.
Tiago Lopes, por seu turno, lamentou a postura do principal partido que sustenta este Governo Regional, o PSD, pois mais uma vez demonstrou a sua “total opacidade” e “indisponibilidade para esclarecer os deputados e os Açorianos, neste caso Corvinos”.
“Já são recorrentes os chumbos de audições por parte dos partidos que compõem este Governo. Isso demonstra-nos, claramente, que a tática é varrer para debaixo do tapete. Recusaram-se a ouvir o Dr. Rui San-Bento acerca da degradação do serviço de oncologia do HDES, recusaram-se a ouvir o Comandante Lizuarte Machado quando este terá sido alvo de um inquérito na empresa onde trabalha, a Portos dos Açores, por delito de opinião. E agora recusaram a audição dos membros do Conselho de Administração da USIC, as pessoas que poderiam esclarecer mais cabalmente todo este episódio rocambolesco, mais um, protagonizado por este Executivo. Em apenas um ano e meio, já deu para perceber que o interesse deste Governo não é promover e apurar a verdade, mas antes varrer as suas trapalhadas políticas para debaixo do tapete”, finalizou o deputado do GPPS, Tiago Lopes.