“O comunicado sobre os resultados do Grupo SATA, referentes ao ano de 2021, evidencia um prejuízo de 57,4 milhões de euros, mesmo com o brutal aumento da subsidiação pelo Governo Regional”, afirmou o deputado do PS Açores, Carlos Silva.
O vice-presidente da bancada socialista no parlamento açoriano considera que este é mais um bom exemplo de uma “aparente” boa notícia para a SATA que representa, afinal, “um maior prejuízo para os Açorianos, dado que o Governo Regional aumentou brutalmente a injeção de dinheiro na empresa, através de subsídios”.
“O comunicado divulgado ontem pela companhia, além de incompleto, é omisso quanto ao valor dos subsídios atribuídos pelo executivo regional e ao seu impacto no resultado consolidado de 2021”, referiu o parlamentar.
Carlos Silva recordou que só até setembro de 2021, os subsídios à exploração registados nas contas do Grupo SATA ascendiam a 51 milhões de euros, ou seja, “mais do dobro do montante que, em igual período de 2020 e também em igual período de 2019, foram atribuídos à companhia”.
A questão que fica, sublinhou, é “se no final do terceiro trimestre de 2021, os subsídios recebidos pela SATA representavam mais do dobro do registado em 2020, então qual foi o real valor total dos subsídios públicos em 2021?”
E questionou ainda: “sem este aumento dos subsídios, os resultados seriam piores do que em 2020?”
“São perguntas que não foram esclarecidas no comunicado da empresa e que, nos termos legais, só no final do presente mês de junho o Governo Regional está obrigado a esclarecer, através da entrega das contas completas e detalhas das empresas públicas ao Parlamento dos Açores”, salientou.
O deputado do PS/Açores relembrou ainda que “por muito extraordinário que possa ser o aumento dos passageiros face ao ano anterior, é bom recordar que em 2020 tivemos as aeronaves, da SATA Air Açores e da Azores Airlines, totalmente imobilizadas durante meses, devido à pandemia”.
“É necessário mais informação para que os Açorianos saibam que fatura significa estas notícias referentes à SATA”, defendeu.
Do mesmo modo, Carlos Silva referiu que os Açorianos e o parlamento dos Açores continuam a desconhecer “com detalhe” o verdadeiro plano de restruturação da companhia acordado com Bruxelas, os seus compromissos, contrapartidas e as suas consequências a curto e médio prazo na mobilidade de todos os Açorianos e das suas empresas.
“O Grupo Parlamentar do PS/Açores tem plena consciência da importância do grupo SATA para a Região e reconhece os desafios que a mesma enfrenta, ainda assim, não pode aceitar que se queira vender gato por lebre nos indicadores relativos à prestação da SATA”, finalizou.