A iniciativa “Construir o Futuro - Que Açores Queremos?”, que constitui um espaço de diálogo, de debate e de propostas promovido pelo Presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, e dirigido aos militantes e simpatizantes do partido, teve ontem, dia 9, mais uma sessão, desta vez na ilha do Pico, concelho das Lajes do Pico.
Nesse encontro, cuja organização esteve a cargo das estruturas locais e de ilha do PS/A, Vasco Cordeiro começou por apresentar as razões que tornam essencial e imperativa essa reflexão sobre o futuro dos Açores, elencando, de seguida, os principais desafios que se apresentam à nossa Região, concluindo com a apresentação de algumas propostas de intervenção.
“Seja pelas circunstâncias e desafios conjunturais que vivemos, como a saída da pandemia COVID-19, as consequências económicas e sociais da guerra na Ucrânia, o disparar das taxas de juros ou o aumento vertiginoso dos preços de bens e serviços, seja pela evolução estrutural que os Açores tiveram ao longo destes quase 50 anos de Autonomia, ou pelos recursos financeiros que os Açores terão à sua disposição entre 2021-2027, refletir sobre o Futuro e prepararmos as melhores respostas possíveis não é uma opção. É uma necessidade e uma obrigação!”, referiu Vasco Cordeiro ao explicitar o contexto em que esta iniciativa decorre.
“A atual conjuntura de dificuldades crescentes para as famílias e as empresas Açorianas é o desafio mais imediato que os Açores enfrentam. Para lhe fazer face, o nosso entendimento é que, para além das medidas bastante positivas que o Governo da República aprovou, e das quais os Açorianos também beneficiarão, o Governo Regional não pode continuar refugiado na sua inércia e na sua passividade. Há uma necessidade evidente de tomar medidas e há receitas inesperadas que estão a entrar nos cofres do Governo Regional. Só no IVA, e por causa da inflação, o que se estima é que o Governo Regional tenha mais cerca de 50 milhões de euros. A nossa posição é clara: esse dinheiro que as famílias e as empresas pagaram através dos seus impostos, deve ser-lhes devolvido, em medidas de apoio como baixar o preço dos combustíveis, ajudar nas despesas das famílias com rendas e empréstimos para habitação, ajudar nas despesas com as escolas, seja cá nos Açores, seja no caso das famílias que têm filhos a estudar fora da sua ilha ou no Continente, e em tantas outras áreas em que basta querer decidir. E o Governo Regional parece apostado em não decidir. Porquê? Talvez porque, como revelam os dados do próprio Governo, estamos perante uma degradação crescente das finanças públicas regionais em que, apesar de estar a ganhar mais dinheiro com impostos, este Governo Regional registou, em julho passado, o maior défice de sempre das contas regionais, desde que há registo”, explicou Vasco Cordeiro.
No âmbito dos desafios futuros, o líder socialista referiu os desafios da demografia, da sustentabilidade da Autonomia e o desafio da Coesão regional.
Também intervieram no encontro o Secretário Coordenador de Ilha do PS, Miguel Costa, e a dirigente regional do PS e presidente da Câmara Municipal das Lajes do Pico, Ana Brum.
Na ocasião, Miguel Costa defendeu a necessidade de mobilização e de concentração de esforços de todos os militantes e simpatizantes do PS/Açores pelo futuro que queremos para a nossa Região, salientando, nesse contexto, que a governação do Partido Socialista faz a diferença. “Hoje, se olharmos para a governação da Região, e olhando de uma forma crítica para a ilha do Pico, o que está feito de diferente ou de novo nestes últimos dois anos? Se for a pensar só em obras, não há uma que não tenha sido começada pelo Partido Socialista. Se for a pensar em medidas, estamos sem saber com o que contar e como projetar o futuro, e isso é um elemento fundamental para perceber como devemos combater o que aí vem, fruto da inflação”, referiu o socialista, para destacar, que também ao nível da falta de mão-de-obra, visível em variados setores, não há uma única palavra do Governo Regional, sendo por isso este o momento de se discutir, com sentido crítico e de forma construtiva, o Futuro que queremos para a nossa Região.
Já Ana Brum, referiu que a iniciativa do PS/Açores nos transporta para problemas estruturais que continuam a agravar-se, e de que são exemplo a redução populacional, o envelhecimento crítico e as carências a nível de residências para idosos, mas também a falta de atratividade para a fixação de jovens, a redução e eliminação das infraestruturas públicas nos concelhos mais pequenos, as listas de espera e falta de médicos e equipamentos de diagnóstico no caso da saúde ou, até, uma política de transportes que não responde aos problemas económicas resultantes da sazonalidade, defendendo, nessa medida, a importância da cooperação entre o Governo regional e local para o desenvolvimento da nossa terra.
Com o ciclo de sessões “Construir o Futuro – Que Açores Queremos?”, que surge cerca de três meses depois da realização do XVIII Congresso Regional do PS/Açores, Vasco Cordeiro pretende reunir os militantes e simpatizantes de todas as ilhas da Região em sessões de debate, nomeadamente, sobre a atualidade política regional e sobre as respostas que o PS/Açores tem e quer construir para os desafios que os Açores e os Açorianos enfrentam.