Tendo em conta as declarações do Vice-presidente do Governo dos Açores sobre o Terceira Tech Island, o PS/Terceira considera que as mesmas não correspondem à realidade e procuram de forma infundada desvalorizar este projeto fundamental para o desenvolvimento da ilha Terceira e disfarçar a total incapacidade do atual Governo regional em o manter e valorizar.
Em primeiro lugar, não é verdade que as empresas começaram a abandonar o projeto na vigência do anterior Governo, ao contrário do afirmado, a realidade é que até ao fim do mandato do anterior governo, cada vez mais empresas instalavam-se na Praia da Vitória no âmbito do projeto Terceira Tech Island e mais empresas estavam a planear instalar-se.
Com a entrada em funções do novo governo PSD/CDS/PPM, este projeto foi progressivamente abandonado, deixando de haver estratégia, acompanhamento, liderança e vontade política na continuação do seu desenvolvimento.
Os factos são claros, passados quase dois anos mais nenhuma empresa instalou-se no Terceira Tech Island, e já cinco empresas abandonaram a Praia da Vitória neste período. A formação de novos programadores deixou de ser apoiada, deixando as empresas ainda instaladas sem poderem recrutar novos programadores e continuarem a crescer.
O PS/Terceira começou a alertar para o facto de o projeto estar a desmerecer atenção pelo Governo dos Açores, desde novembro de 2021.
O PS/Terceira repudia a narrativa do atual Governo dos Açores, que perante a sua incapacidade de desenvolver o projeto, procura o desmerecer e desvalorizar, mesmo que para isso ponha em causa e abandone um dos pilares fundamentais que tem assegurado o desenvolvimento da terceira nos últimos anos.
Lamentamos que para desvalorizar esta realidade se pretenda, erradamente, transmitir a ideia de que as empresas do Tech Island apenas se instalavam porque recebiam subsídios infinitos.
Isso também não corresponde à realidade, as empresas instaladas até setembro de 2020, faziam-no candidatando-se às medidas de incentivo à empregabilidade disponíveis em igualdade de circunstâncias com todas as outras empresas da Região, para a contratação dos recursos humanos que eram requalificados para se tornarem programadores, pelo apoio dado à Câmara Municipal da Praia da Vitória para albergar essas empresas em locais desocupados, após o downsizing da Base das Lajes que teve como consequência a clara desertificação, abandono no comércio local e pelo diferencial fiscal existente na Região para todas as empresas.
As empresas nunca estiveram indefinidamente instaladas no Terceira Tech Island, com funcionários subsidiados infinitamente e a viver de subsídios.
O PS/Terceira reforça a importância do Terceira Tech Island, como medida eficaz e distintiva de promover o desenvolvimento da ilha Terceira, com medidas especificas para a Praia da Vitória decorrente da minimização dos efeitos da redução da atividade da Base das Lajes, e a sua continuidade é a forma, mais eficaz e com menor custo, de atrair talento, de criar emprego qualificado, gerar riqueza local e oferecer novas oportunidades para todos os que ousam abraçar uma carreira de programador de software.
Contudo, este impasse do atual Governo dos Açores que está a reanalisar o projeto há dois anos deu origem ao abandono da formação, à descredibilização perante o mercado externo das condições e estabilidade para quem arrisque investir na Terceira, ao contrário do que temos vistos noutras ilhas em que o investimento para albergar empresas de novas tecnologias ascende a milhões de euros.
Também não corresponde à realidade, que o facto de em 2020, ano da COVID-19, onde a organização do trabalho foi alterada em todas as empresas do mundo, obrigando-as a reorganizaram as suas políticas de recursos humanos, ao contrário do afirmado, não deu origem a abandonos de empresas do projeto.
Esta tentativa de alterar a realidade, ainda é mais incompreensível, quando foi proferida na deslocalização para Angra de uma empresa que se instalou na Terceira em 2019 e que cresceu no âmbito do projeto Terceira Tech Island.
O PS/Terceira defende a manutenção do apoio à formação de recursos, uma vez que é este o principal ativo que atrai empresas a instalarem-se na Ilha Terceira, em especial na Praia da Vitória, cidade que ainda não conseguiu recuperar dos profundos efeitos da redução da atividade da Base das Lajes.