As audições do Presidente do Conselho de Administração da Sata e da Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, vieram confirmar que os prejuízos da Azores Airlines continuam a agravar-se e já vão em 44,4 milhões de euros, até ao 3º trimestre deste ano.
Isto mesmo avançou o vice-presidente do GPPS, Carlos Silva, após as audições que decorreram na delegação de Ponta Delgada do Parlamento dos Açores.
“Em 2019, os resultados da companhia aérea Açoriana eram de 31 milhões de euros negativos e em 2022 já vamos nos 44,4 milhões de euros negativos, o que é uma trajetória que nos gera preocupação”, salientou.
Carlos Silva rejeitou as “teorias dos partidos de direita”, que dizem que “todos os males da Azores Airlines vêm do tempo dos Governos Regionais suportados pelo PS”, salientando que “o Governo da coligação de direita já vai para o seu terceiro Plano e Orçamento”.
O deputado do PS recordou, ainda, que em fevereiro deste ano o Presidente do Conselho de Administração não via a escalada do preço dos combustíveis como “uma grande preocupação para a Azores Airlines”, mas que agora já mudou de opinião e apresenta a subida de preços nos combustíveis como “um dos principais fatores para a apresentação de resultados insatisfatórios”.
“É certo que a escalada no preço dos combustíveis é uma fonte de preocupação para uma companhia aérea como a Azores Airlines, mas também é certo que o preço do barril de Brent se encontra atualmente nos 90 dólares, enquanto há uns meses atrás estava a 120 dólares por barril”, apontou o parlamentar.
Carlos Silva considerou como “positivas” algumas medidas de poupança apresentadas pelo Presidente do Conselho de Administração da Azores Airlines, mas defendeu que isso “não deve interferir com a qualidade do serviço prestado pela transportadora aérea”.
A privatização do handling, a revogação dos cortes nos vencimentos dos trabalhadores da SATA, plano de reestruturação da Azores Airlines foram outros assuntos em cima da mesa.
Carlos Silva questionou, igualmente, o que pretende o Governo Regional fazer relativamente às Obrigações de Serviço Público (OSP) nos voos entre o continente, as ilhas de Santa Maria, Faial e Pico e a Região Autónoma da Madeira, uma vez que o plano de reestruturação da Azores Airlines, que ainda não é conhecido na sua totalidade, “não permite a operação de rotas deficitárias”.
A esse respeito, o deputado realçou que o PS/Açores já teve a oportunidade de exprimir a sua posição quanto ao financiamento das OSP’s por parte do Governo da República, considerando “positiva a disponibilidade do Governo da República para comparticipar estas OSPs”, não considerando adequado, no entanto, “o estabelecimento de um limite financeiro para esse efeito”.
“O PS não embarca em populismos, encara todas as situações com uma postura de responsabilidade e está sempre disponível para fazer parte da solução”, finalizou o vice-presidente do GPPS, Carlos Silva.