O deputado do PS/Açores à Assembleia da República, Francisco César, recebeu a confirmação por parte do Ministro das Infraestruturas, de que o concurso para substituição dos cabos submarinos que ligam os Açores ao continente português e à Madeira, será lançado até ao final do mês de novembro.
Francisco César, que intervinha no âmbito da audição parlamentar ao responsável pela tutela, a propósito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2023, alertou para o fim do tempo útil do atual sistema de comunicações, reforçando, a esse propósito, a importância da sua substituição.
“Para o Partido Socialista é importante a instalação deste anel de cabos submarinos que permitam as comunicações com o continente português, mas que acrescentem, também, competitividade à Região Autónoma dos Açores em termos digitais e que possam contribuir para empresas nacionais e multinacionais se instalarem na Região”, defendeu o parlamentar.
Para o vice-presidente do GPPS, importa que “o concurso público para a construção e instalação seja lançado o mais rapidamente possível e que o futuro modelo de negócio permita a concorrência e tarifas mais baixas”, de modo a que a Região se possa tornar competitiva na área do digital e dos data centers.
Nesse sentido, Francisco César questionou o Ministro quanto ao prazo para o lançamento do concurso, questionando, também, quanto “ao modelo de financiamento para a sua construção, se o modelo de gestão será assegurado por uma empresa pública e se há garantias para a manutenção do atual cabo submarino”.
Em resposta, Pedro Nuno Santos confirmou já existir a autorização de despesa por parte do Conselho de Ministros e que, de acordo com o compromisso da IP Telecom, o concurso será lançado até ao final do mês de novembro.
“O orçamento também está assegurado, será financiado, em parte, com receitas do leilão de 5G e com fundos comunitários”, havendo ainda a possibilidade de endividamento da própria IP Telecom.
Na ocasião, o Ministro das Infraestruturas referiu ainda que o modelo de negócio é muito interessante para as Regiões Autónomas, salientando que o objetivo passa por garantir “que temos ligação para cumprirmos outras funções do ponto de vista de investigação, da defesa, e que obviamente serão muito interessantes para as duas Regiões, para estarem no crescimento da economia de dados”.
Para o Ministro das Infraestruturas, esta é uma grande oportunidade que pode suscitar o interesse de investidores internacionais que, ao aproveitarem o Anel CAM, se podem ligar à Região e, a partir daí, ao resto da Europa, “e olhamos logo para a América do Norte, porque com um Anel CAM modernizado temos metade do trabalho feito para fazer um investimento que liga a América do Norte à Europa”, assegurou Pedro Nuno Santos que garantiu, também, que a manutenção do atual cabo submarino continuará a ser assegurada até à sua substituição plena.