Sandra Dias Faria defendeu o investimento na Ciência como decisivo para alavancar o futuro dos Açores, realçando que os “cortes” e os “avanços e recuos” do Governo na área da ciência são bem reveladores do seu “desnorte estratégico e ineficácia no aproveitamento de verbas”.
A vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS criticou, igualmente, os atrasos e incumprimentos de metas e marcos tipo A por parte do Governo da Coligação ao nível da execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), entre outras áreas, “penalizam o investimento na Ciência e traduzem a incapacidade e incompetência deste Governo em aproveitar fundos comunitários recorde para fomentar a investigação, a inovação e o desenvolvimento científico”.
Sandra Dias Faria falava à saída de uma reunião com a Direção do Expolab, na Lagoa, destacando a importância daquele equipamento no sistema científico regional, que cativa jovens para a área da ciência desde 2009.
Sandra Dias Faria lembrou o recente anúncio do vice-presidente do Governo Regional, Artur Lima, de que haveria um reforço de verbas para a área da ciência no valor de 21,5 milhões de euros, realçando que este valor “não se encontra oficialmente publicado”.
A parlamentar socialista recordou os “avanços e recuos” deste Governo, lembrando que a versão inicial do Programa Operacional Açores 2030 (POA 2030) tinha destinado a esta área “apenas 9 milhões de euros”, tendo o PS alertado em janeiro de 2022, para o “drástico corte que estava a ser feito nesta área, fundamental para o desenvolvimento da Região”.
Sandra Dias Faria lembrou que na revisão de junho de 2022 do referido documento este valor “passou para 15 milhões”, mas ficou “muito aquém daquilo que estava estipulado para a ciência no Programa Operacional anterior (POA 2020)”.
“Mesmo fazendo fé nas palavras do vice-presidente do Governo de que este valor passe para 21,5 milhões de euros, estamos, mesmo assim, perante um corte de 40% na ciência nos Açores, o que não faz sentido e dá nota do desnorte deste Governo na área da ciência”, defendendo que o valor do POA 2030 devia, “pelo menos, igualar as verbas destinadas para o efeito no anterior Programa Operacional Açores 2020”.
“Trata-se de um remendar de valores ao longo do tempo, que só ocorre por pressão dos cientistas, dos partidos políticos e da própria sociedade, não porque este Governo reconheça importância à ciência regional”, sublinhou Sandra Dias Faria.
Ao nível do atraso da execução do PRR, a deputada do PS apontou o exemplo do MARTEC, também recentemente evidenciado pela comissão de acompanhamento do PRR do Conselho Económico e Social dos Açores (CESA), que “já leva um forte atraso de verbas comunitárias que, não sendo investidas em janelas temporais específicas, se tornam irrecuperáveis, com evidentes prejuízos para a Região”.
“O MARTEC, um projeto relacionado com a biotecnologia, de economia azul, localizado na ilha do Faial e de importância fundamental para os Açores, faz parte de uma aposta de longa data da Região no sistema científico regional que, infelizmente, se está a perder”, lamentou.
“Os governos socialistas fizeram um caminho de construção de infraestruturas e de redes de investigação que permitem hoje aos cientistas da Região criar e potenciar investimento, com a aplicação de verbas regionais e comunitárias. É preciso aproveitar essas oportunidades e é urgente não as desperdiçar”, alertou a vice-presidente do GPPS, Sandra Dias Faria.