Sandra Dias Faria defendeu esta terça-feira que a operação do porto de Ponta Delgada “piorou”, o que “prejudica as empresas de São Miguel” , questionando o Governo Regional sobre as perturbações que se têm vindo a verificar nas descargas no principal porto comercial da Região.
A vice-presidente do grupo parlamentar do PS falava numa sessão de perguntas ao Governo sobre a ilha de S. Miguel, decorrida no Parlamento dos Açores.
Sandra Dias Faria realçou que os graves constrangimentos que o porto de Ponta Delgada tem atravessado ao longo dos últimos tempos “vêm dificultar a já difícil realidade das empresas no momento atual, de crise inflacionista”.
A parlamentar socialista realçou que mais de 65% das mercadorias que chegam à Região dão entrada através do porto de Ponta Delgada, salientando que “as melhorias anunciadas pelo Governo Regional e por diversas vezes dadas como concluídas, nunca se fizeram sentir na melhoria da operação daquele porto”.
“Contra factos, não há argumentos. As condições de operação do porto de Ponta Delgada têm piorado nos últimos 2 anos e meio. Ultimamente temos assistido a cargueiros ao largo de Ponta Delgada durante largos dias a aguardar condições para abastecer a ilha de São Miguel, por não existirem gruas em condições de operar ou reboques para garantir o bom funcionamento do porto, colocando graves constrangimentos à atividade económica de São Miguel”, frisou a parlamentar socialista.
Sandra Dias Faria sublinhou que estes constrangimentos “prejudicam os empresários Micaelenses”, que se veem “obrigados a aumentar os seus stocks ou, no caso das exportações, gerando prejuízos pela perda de qualidade de bens perecíveis”.
“Em dois anos e meio, a operação do Porto de Ponta Delgada piorou e a seguir o mesmo rumo não irá lá. Quem paga a fatura? As empresas e, no final, todos nós como consumidores”, finalizou a deputada do PS/Açores, Sandra Dias Faria.
“Estratégia” do Governo Regional para a Agricultura falhou
Ainda no debate sobre as questões que afetam a ilha de São Miguel, Patrícia Miranda realçou que a “estratégia” do Governo Regional para o setor agrícola da ilha de São Miguel e para a Região “falhou”.
A socialista recordou que o Governo Regional apontou como “solução mágica” criar um apoio à redução da produção de leite, defendendo na altura que “esta medida iria valorizar o preço pago ao produtor”.
“Mas a realidade veio provar que a suposta estratégia do Governo Regional estava condenada à partida porque, após aumentos transitórios, provocados pela subida dos preços de venda do leite nas superfícies comerciais, ao cabo de 6 meses já estamos a verificar descidas no preço do litro ao produtor, algo para o qual o Partido Socialista alertou em devido tempo”, lembrou a deputada do PS.
“A medida de redução voluntária de produção de leite retirou 10 milhões de euros aos produtores de leite de São Miguel e, agora que os preços ao produtor tornaram a baixar, o Governo Regional remete-se ao silêncio e continua sem pagar o que prometeu. E, ainda para mais, conforme a própria Federação Agrícola dos Açores já denunciou, esta nova descida no preço do leite vai custar aos produtores dos Açores cerca de 30 milhões de euros. Tendo em conta que São Miguel representa 67% da produção regional de leite, estamos a falar de perdas de 20 milhões de euros para os produtores Micaelenses”, precisou Patrícia Miranda.
“A conclusão é simples: os Agricultores dos Açores estão hoje claramente pior do que em 2020”, finalizou a deputada do PS/Açores, Patrícia Miranda.