Célia Pereira realçou esta terça-feira que o Governo Regional está a deixar a ilha de S. Miguel, à semelhança do que acontece com a restante Região, “para trás, no combate à pobreza”.
A deputada do PS falava na cidade da Horta, no âmbito de uma sessão de perguntas promovida pela IL sobre a ilha de S. Miguel.
Célia Pereira sublinhou que, tal como acontece com o global da Região, também São Miguel se encontra a contraciclo, enfrentando “a degradação das condições de vida e o aumento da pobreza e exclusão social”, uma “consequência direta da falta de técnicos no terreno e de políticas sociais”.
A parlamentar socialista recordou que o anterior Governo, da responsabilidade do PS, criou a Estratégia Regional de Combate à Pobreza e Exclusão Social, na qual “definiu e dinamizou a criação de polos locais de desenvolvimento e coesão social nos territórios prioritários das freguesias de Arrifes, Fenais da Ajuda, Água de Pau e Rabo de Peixe, na ilha de S. Miguel”.
“Não sabemos que trabalho tem sido feito nestas freguesias para combater e minimizar as situações de pobreza”, frisou a deputada, que questionou o Governo sobre esta matéria, sem obter qualquer resposta.
Célia Pereira realçou que o corte de 140 milhões de euros no Plano e Orçamento deste ano “dão bem nota do desinvestimento do Governo na ilha de São Miguel” e criticou o executivo regional por “proclamar que o Plano e Orçamento para 2023 é o de maior pendor e responsabilidade social de sempre, mas não conseguir apresentar uma estratégia integrada de combate à pobreza”.
“Face à inoperância deste Governo e ao agravamento da incidência da pobreza, os municípios de S. Miguel têm procurado desenvolver estratégias locais de combate à pobreza e exclusão e definir processos de desenvolvimento e coesão social, em substituição ao Governo Regional”, apontou Célia Pereira.
Combater e prevenir as dependências deve ser uma prioridade
Intervindo no mesmo debate, Valdemira Gouveia defendeu que “combater o flagelo das drogas, particularmente das novas substâncias psicoativas (sintéticas) deve ser uma prioridade claramente assumida pelo Governo Regional”, o que “não tem sido feito até esta data”.
A deputada do GPPS entende que “não têm sido tomadas medidas de prevenção particularmente focadas no consumo destas substâncias sintéticas”, defendendo “respostas muito urgentes para a recuperação e reinserção social destas pessoas, maioritariamente jovens”, cuja eventual perda tem “um efeito social e económico devastador para a nossa Região”.
Valdemira Gouveia defendeu “um melhor e mais aprofundado acompanhamento dos jovens caídos em situação de dependências nas suas ilhas de residência”, uma vez que o afastamento das suas famílias para comunidades terapêuticas no continente se tem revelado como “um fator de agravamento do seu estado de ansiedade”.
“O Governo Regional tem imposto a deslocação destes jovens para comunidades terapêuticas fora da Região, mas não temos qualquer indicador da eficácia dos tratamentos que lá decorrem e seria imprescindível monitorizar estes resultados”, finalizou a deputada socialista, Valdemira Gouveia.