A direita parlamentar da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores chumbou, esta sexta-feira, uma proposta conjunta do PS/Açores e do PAN para o estabelecimento de um Regime Geral da Ação Climática na Região Autónoma dos Açores, com o objetivo de desenvolver esforços para uma estratégia sustentada de políticas públicas em matéria climática, que coloque a Região na vanguarda do combate eficaz à mitigação e adaptação às alterações climáticas.
No pacote de medidas destacam-se metas ambiciosas como a obtenção de uma taxa de produção energética a partir de fontes renováveis de 80% em 2035, que as entidades públicas regionais apostassem na descarbonização das suas frotas automóveis para atingir uma percentagem de 50% em 2040 e a obtenção da neutralidade climática da Região até 2045, com um balanço entre as emissões de gases com efeito de estufa e seu sequestro, totalmente neutro.
Intervindo no debate, Vílson Ponte Gomes realçou as “divergências entre a esquerda e a direita em matéria de combate às alterações climáticas”, salientando que “em vez de estarmos todos a convergir para um problema global, estamos a divergir nos Açores”.
“Em vez de olharmos para este diploma como um contributo necessário para o Governo Regional trabalhar no combate às alterações climáticas, a direita opta por não ouvir os parceiros técnicos, ignorar os trabalhos em comissão durante largos meses e não apresentar qualquer alternativa. Não vale depois virem dizer que somos todos ambientalistas, porque a verdade está na votação que tivemos”, salientou.
Vílson Ponte Gomes lamentou que os partidos da direita tenham sido lestos a criticar as metas ambientais apontadas na proposta do PS e do PAN, mas depois “não tenham sabido explicar que metas defendem, eles próprios, para combater as alterações climáticas”.
“Notou-se bem a diferença entre quem quer e quem não quer contribuir para a melhoria ambiental da Região no futuro”, finalizou o deputado socialista, Vílson Ponte Gomes.
Votaram favoravelmente a proposta o PS, PAN e BE, tendo votado contra o PSD, CDS-PP, PPM, Chega, IL e o deputado independente, Carlos Furtado.