O PS/Terceira alertou para o aumento significativo dos custos com energia que, desde o início do ano, tem vindo a afetar e a criar graves dificuldades às empresas e instituições sociais, culturais e desportivas da ilha.
Com um aumento superior a 50% no custo da energia elétrica, desde janeiro, o futuro das empresas Terceirenses é, agora, “incerto”, por estar em causa “a rentabilidade das mesmas” e “a competitividade das empresas Açorianas”.
Face às inúmeras queixas recebidas por parte de empresas e entidades privadas, o PS/Terceira manifestou a sua preocupação com o aumento significativo do custo da energia elétrica e alertou para a insensibilidade do Governo Regional do PSD/CDS-PP/PPM, que conta com o apoio do CH e IL, em apoiar as empresas Açorianas a fazer face a este acréscimo, à semelhança do que se verificou na Madeira, em que o Governo criou mecanismos de apoio.
“Aqui, na Região, as empresas sentem-se abandonadas pelo Governo Regional, tendo de suportar este aumento imprevisto que coloca em causa a sua sobrevivência e competitividade da economia”, assegurou Rui Castro, membro do Secretariado de Ilha do PS/Terceira, esta quinta-feira, em conferência de imprensa em Angra do Heroísmo.
De forma a minimizar esses efeitos, Rui Castro, que falava em conferência de imprensa em Angra do Heroísmo, alertou para o facto das empresas refletirem esses aumentos de custos nos preços de venda, “o que faz com que a taxa de inflação em abril, nos Açores, já seja muito superior à registada no país”.
Segundo o socialista, esses acréscimos retiram, também, competitividade às empresas, “reduzindo a sua capacidade de exportação - como se verifica pela redução das exportações dos Açores no primeiro trimestre deste ano - de acordo com o Serviço Regional de Estatística”.
“As empresas debatem-se, atualmente, com uma realidade muito difícil: aumentaram, abruptamente, os custos energéticos, são já 16 meses sem qualquer sistema de incentivos ao investimento e há uma total ausência de apoios e de interesse do Governo Regional em apoiar o aumento dos custos de produção”, salientou o dirigente socialista, para acrescentar, ainda, a incapacidade do Governo Regional em operacionalizar os apoios do PRR para a aquisição de painéis fotovoltaicos, a particulares e empresas, “o que podia ajudar as empresas que estão a sofrer com a subida dos preços da energia elétrica”, sendo que dos 19 milhões de euros disponibilizados para o efeito, de acordo com o relatório de execução de abril, “apenas foram pagos, até ao momento, incentivos de 357 mil euros, ou seja, menos de 2% do valor previsto e disponibilizado”.
Na ocasião, e salientando, igualmente, o desinvestimento do Governo Regional na produção de energias renováveis – a qual foi reduzida, no ano passado, para apenas 34% do total de produção, quando em 2020 já representava cerca de 40% da produção regional – o PS/Terceira alertou para a urgência na adoção de medidas que possam minimizar as dificuldades sentidas.
“Há que criar um programa de apoio financeiro às empresas e instituições, para apoiar no aumento dos custos variáveis de energia elétrica, com efeitos retroativos ao início do ano, incentivando a apresentação, pelos beneficiários, de um plano de eficiência do consumo energético e/ou de produção de energia para autoconsumo, mas criar, também, um programa financeiro de apoio à elaboração de planos de redução de consumo e eficiência energética, bem como reforçar a utilização de fontes de energia renováveis e dos recursos técnicos afetos à análise e processamento das candidaturas ao Solenerge”, propuseram os socialistas.
A este propósito, e reforçando que a não execução destas medidas irá agravar as dificuldades das empresas e instituições Açorianos, Rui Castro salienta o contributo construtivo do PS/Terceira “no sentido de inverter a realidade e dar respostas urgentes aos Terceirenses”:
“As propostas que apresentamos podem ser financiados com recurso às receitas que a Região obteve este ano com a distribuição acrescida dos dividendos decorrentes dos lucros da EDA, conforme já proposto pelo presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, bem como pelo aumento dos impostos pagos pelos açorianos este ano, decorrente da inflação”, defendeu o socialista Rui Castro, membro do PS/Terceira.