Carlos Silva realçou que os resultados do Grupo SATA no ano 2022 ficaram “muito aquém daquilo que foi definido e acordado no Plano de Restruturação que o Governo Regional PSD-CDS/PP-PPM, apoiado pela IL e pelo Chega, negociou com a Comissão Europeia”.
De acordo com os dados avançados pela Presidente do Grupo Sata, os resultados antes de impostos e juros (EBIT) de 2022 da Sata Internacional tiveram um desvio de 111% face ao que tinha sido projetado, o que traduz bem a fragilidade das contas apresentadas.
O vice-presidente do grupo Parlamentar do PS falava à saída da Comissão de Economia do Parlamento dos Açores, onde foram ouvidos o Secretário Regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Duarte Freitas, e a Presidente do Conselho de Administração da SATA, Teresa Gonçalves, no sentido de esclarecer sobre os elevados prejuízos da SATA Air Açores e da SATA Internacional no ano de 2022.
Na ocasião, Carlos Silva sublinhou que os Resultados de 2022 do Grupo SATA foram “piores do que os projetados no Plano de Reestruturação acordado com a Comissão Europeia” e que, sem os impostos diferidos “seriam negativos em 56 milhões, praticamente o mesmo que o registado em 2021”.
“Isso faz com que, em apenas dois anos, o Governo Regional PSD-CDS/PP-PPM, apoiado pela IL e pelo Chega, apresente “uma média de resultados negativos superior a 56 milhões”, sem os efeitos extraordinários dos impostos diferidos, o que “representa um pesado agravamento face aos anos anteriores”, frisou, apesar da companhia aérea ter “duplicado a sua faturação”.
“São resultados preocupantes, da responsabilidade exclusiva deste Governo Regional da Coligação, que se limita a empurrar as suas responsabilidades para os Governos anteriores, suportados pelo PS”, realçou o parlamentar socialista.
Carlos Silva destacou ainda as reservas apresentadas pelos auditores devido à sobrevalorização dos ativos por impostos diferidos registados, no valor total de 20 milhões de euros, nas empresas do Grupo Sata, uma matéria que distorce de forma significativa os resultados de 2022 e cuja metodologia não foi seguida noutras empresas públicas como a Portos dos Açores, o que atesta bem mais uma contradição do Governo”.
Carlos Silva considerou que os resultados da SATA Air Açores são “muito preocupantes”, uma vez que a companhia evidenciou uma “degradação financeira das suas contas” com uma redução de 47% do resultado operacional em 2022”.
O deputado do PS acusou o Governo PSD-CDS/PP-PPM, apoiado pela IL e pelo Chega, de se querer “livrar da SATA Internacional”, a julgar por “aquilo que foi o caderno de encargos de alienação” e pelos “fracos resultados que vemos vertidos nas suas contas”.
Por outro lado, o deputado realçou que a SATA internacional continua a “operar rotas deficitárias”, ao contrário do acordado com a Comissão Europeia, além do que teve uma taxa de ocupação das suas aeronaves de 75% em 2022, quando em 2019 tinha sido 80%.
“As dificuldades do Grupo SATA permanecem. Infelizmente, os resultados de 2022, pese embora o aumento significativo da faturação e das vendas, demonstram exatamente que as dificuldades permanecem e que não há qualquer recuperação significativa nos resultados”, finalizou o vice-presidente do GPPS, Carlos Silva.