O Secretariado de Ilha do PS Terceira alerta que, pelo terceiro mês consecutivo, a ilha volta a ter resultados negativos no setor do Turismo.
Em fevereiro já se tinha sentido uma redução de 22,5 % em relação às dormidas pré-pandemia.
No mês de março voltou a registar-se uma nova quebra de 18%, em relação a 2022.
Infelizmente, os maus resultados no setor do Turismo continuaram. Esta tendência foi ontem confirmada com os dados do mês de abril.
No mês de abril, a ilha Terceira teve menos 5.143 dormidas, em relação ao ano passado, o que equivale a uma quebra de -14%, o que agrava ainda mais a situação tendo em conta que só nos primeiros 4 meses deste ano, a Terceira regista uma diminuição de 8.255 dormidas.
A situação é ainda mais grave porque se trata de um dos principais meses do setor, um mês onde tradicionalmente existem grandes fluxos turísticos, tratando-se do mês das férias escolares da Páscoa, com tradição de viagens por vários países emissores.
Infelizmente, a ilha Terceira não acompanhou, mais uma vez, esta tendência.
O turismo está a regredir e afundar-se na nossa ilha e tem cada vez menos significado e menos importância no turismo regional.
A ilha Terceira também não acompanhou o crescimento de outros destinos turísticos, quando em Portugal Continental as dormidas aumentaram 13%, na Madeira tiveram uma subida de 11%, e os Açores acompanharam esta tendência, na Terceira voltou a baixar o turismo.
A ilha Terceira constitui-se como uma exceção, sendo a única zona do país onde o turismo está a baixar este ano e torna-se na única ilha do arquipélago com resultados negativos.
Para quem anunciou e prometeu valorizar a Terceira, para quem no passado defendia uma maior centralidade desta ilha, estes resultados são mais uma demonstração evidente que todas as promessas e compromissos ficaram por cumprir.
Também nos Proveitos totais da Hotelaria, a ilha Terceira volta a ter quebras, uma diminuição de 130 745€ nos proveitos para os empresários da Hotelaria Terceirense.
Quando no mês de maio o Partido Socialista chamou à atenção para os resultados negativos deste ano, a resposta do PSD foi que: “os balanços de turismo se devem fazer no final do ano…”
O que se nota para já é que o balanço é extremamente negativo, nos quatro primeiros meses do ano. Ou seja, não existe uma aposta para um destino que mantem os seus números estáveis durante todo o ano. Neste momento a ilha Terceira não consegue combater a sazonalidade.
Esta resposta denota, também, uma grande falta de sensibilidade pelo setor, a época baixa está a ser catastrófica para a ilha Terceira, e é contra isso que temos de lutar.
Pretendemos um destino turístico coeso, que consiga combater a sazonalidade e consiga manter fluxos turísticos durante todo ano, infelizmente isso não está a acontecer.
Pois se para o PSD as contas fazem-se no final do ano, para os empresários do setor as contas fazem-se no final de cada mês, com as obrigações a prestadores, manutenções de postos de trabalho, despesas correntes, entre outras obrigações.
Estes resultados só podem ter um responsável, o Governo Regional, e desmentem categoricamente as afirmações da Secretária dos Transportes e Turismo Berta Cabral, quando a 28 de abril disse: ", estamos a conseguir mitigar, passo a passo, a sazonalidade e a atrair turismo e atividade económica para cada uma das nove ilhas.”.
A realidade desmente estas afirmações, a não ser que a Ilha Terceira não importe nem conte para o Governo Regional.
Relembramos o que dissemos no passado, a importância da ilha Terceira ter uma maior presença de voos vindos de outros países emissores, da importância de atrairmos novos operadores, com ligações diretas para a ilha Terceira.
Também o término dos reencaminhamentos gratuitos prova que foi um grande erro e urge o seu reaparecimento.
É necessário trabalhar o setor, estruturar a oferta, organizá-la e preparar produtos turísticos, para que a ilha seja atrativa para o exterior.
É imperativo aumentar e melhorar a promoção turística da ilha Terceira. Apresentar os recursos e produtos turísticos da ilha. Desde a sua oferta de natureza, cultural, património paisagístico, gastronómico, festividades, eventos esporádicos, atividades de animação turística, entre outros. É urgente reforçar a presença em feiras do setor, apostar na promoção para órgãos de comunicação específicos entre outras ações.
A redução do turismo constitui mais uma dificuldade para as empresas terceirenses, pois são eles a grande base do sector Turístico, desde: agências de viagens; rent-a-cars; animação turística; restauração; comércio, sejam aqueles que já estão no mercado, bem como aqueles que agora surgem com investimentos e inovação no setor.
É urgente agir, é urgente inverter esta realidade que cria dificuldades acrescidas às famílias e empresas terceirenses, defende o Secretariado de Ilha do PS Terceira.
O Governo do PSD/PP/PPM, com o apoio do Chega e Iniciativa Liberal, está a deixar a Terceira para trás, perante o silencio cúmplice de muitos que no passado se diziam defensores da nossa ilha.
Secretariado de Ilha do PS Terceira