Aterro de 1.300 toneladas de resíduos na ilha das Flores é um retrocesso e “grave atentado ambiental”

PS Açores - 20 de junho, 2023

Joana Pombo realçou esta terça-feira que a decisão recentemente anunciada pelo Presidente do Governo Regional dos Açores de aterrar 1.300 toneladas de lixo na ilha das Flores constitui um “retrocesso e um grave atentado ambiental”.

A deputada do PS reagia assim às declarações de José Manuel Bolieiro no âmbito da visita estatutária que o Governo Regional está a fazer à ilha das Flores.

Joana Pombo anunciou que, fruto destas declarações, o Grupo Parlamentar do PS vai chamar, com carácter de urgência, o Secretário Regional do Ambiente e Alterações Climáticas (SRAAC), Alonso Miguel, à Comissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CAPADS), para prestar os esclarecimentos que se impõem.

A parlamentar socialista lembrou que a ilha das Flores foi, em 2016, a primeira do arquipélago a atingir o objetivo de “Aterro zero”, valorizando a totalidade dos resíduos urbanos, sendo que a ilha das Flores é “reserva da Biosfera desde 2009, devido à sua riqueza ambiental”.

“Volvidos 7 anos e perante as dificuldades nos transportes de mercadorias, ao invés de procurar soluções, que incrementem o transporte de resíduos e que promovam a reciclagem, o Governo de Bolieiro, opta pela solução mais danosa do ponto de vista ambiental e vai aterrar 1300 toneladas de resíduos”, reiterou.

Joana Pombo lembrou que há um mês, o Secretário Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, em declarações a um órgão de comunicação social, garantia que os resíduos “estavam a ser escoados da ilha das Flores, por via marítima”.

A deputada recordou que, durante o plenário do Parlamento dos Açores de junho, que decorreu a semana passada, foi debatido o diploma PEPGRA 20+, debate no qual o Partido Socialista “alertou para o facto de a ilha das Flores não poder voltar a enterrar resíduos, devendo prosseguir numa situação de aterro zero”.

“Esta é mais uma machadada no desenvolvimento social, económico e ambiental da ilha das Flores, para além de ser, também, mais uma prova das muitas contradições de José Manuel Bolieiro”, apontou.

Joana Pombo recordou que, em julho de 2020, em plena campanha eleitoral, numa reunião com dirigentes de associações ambientalistas, Bolieiro afirmava que pretendia “mudar em definitivo o paradigma da sustentabilidade”.

“Decorridos quase três anos, ficam os Florentinos e os Açorianos a saber que a mudança de paradigma da sustentabilidade significava aterrar 1.300 toneladas de resíduos numa ilha que é Reserva da Biosfera, num arquipélago certificado como Destino Sustentável”, finalizou Joana Pombo.