“Nós iremos apresentar uma proposta que irá permitir melhorar a gestão das listas de espera fora do âmbito cirúrgico e que irá permitir o encaminhamento quando os tempos máximos garantidos forem ultrapassados” avançou Tiago Lopes no Parlamento dos Açores.
O deputado do PS falava na cidade da Horta, no debate de uma proposta do Chega que recomendava ao Governo Regional a implementação do Cheque Saúde nos Açores, considerando que “os instrumentos e recursos que existem não estão a funcionar devidamente” e que criar novos mecanismos de forma avulsa “poderá alimentar a degradação a que se assiste na produção normal do Serviço Regional de Saúde".
Tiago Lopes realçou não são conhecidos dados atualizados do CIRURGE (Plano que permite a produção adicional fora do horário normal de trabalho) e Vale Saúde (que permite aos utentes recorrer a consultas no privado ou setor social sempre que o tempo máximo de resposta garantido para uma consulta for ultrapassado), relativos ao ano 2022, tendo-os solicitado insistentemente à Secretária Regional da Saúde, Mónica Seidi, que se escusou a revelá-los ao Parlamento dos Açores.
Uma postura da Secretária Regional da Saúde que, lamentou Tiago Lopes, “se manteve durante todo o debate, o que em nada contribuiu para o esclarecimento dos deputados e dos Açorianos” sobre o atual funcionamento do Serviço Regional de Saúde.
Tiago Lopes questionou, também, porque é que o Hospital de Ponta delgada (HDES) “diminuiu em 2022 a sua produção cirúrgica dentro do horário normal” e “como é que isso é possível, quando tem mais recursos humanos e materiais à sua disposição”, realçando que “a produção cirúrgica daquela unidade hospitalar aumentou em horário adicional”, uma solução “mais onerosa para o erário público”.
Tiago Lopes registou, com espanto, que este Governo Regional “não possui ainda um diagnóstico de situação das listas de espera no Serviço Regional de Saúde” nem tem um “levantamento concreto sobre o que é que está em atraso, não conhece o tempo de espera para primeiras consultas de especialidade ou para a realização de exames complementares de diagnóstico”.
O parlamentar do PS lembrou que foi este Governo Regional (PSD-CDS/PP-PPM) que anunciou a criação da Entidade Gestora do Doente em Espera, em maio de 2022, sublinhando que “passado mais de um ano, a existência desse serviço é ainda um mito urbano”.
“Um Governo que não conhece o funcionamento do seu próprio Serviço Regional de Saúde deveria, pelo menos, escutar o que os Açorianos têm a dizer sobre ele”, reiterou.
Tiago Lopes recordou o património político do PS/Açores na área da saúde, citando “a criação da rede de urgência e de emergência, a criação da rede de cuidados continuados integrados, a criação dos núcleos de saúde familiar com médicos de família e a criação do enfermeiro de família, a telemedicina, bem como a criação da Linha Saúde Açores, que foi fundamental para o combate à Pandemia”, para além de todos os investimentos que foram feitos em infraestruturas hospitalares e de centros de saúde durante a governação do PS, nos Açores.
“O PS está, como sempre esteve, ao lado dos Açorianos. E é por isso que, face à evidente degradação do Serviço Regional de Saúde, o PS irá agora avançar com uma nova proposta que permita proporcionar melhores cuidados de saúde aos Açorianos”, finalizou o deputado socialista, Tiago Lopes.