Isabel Teixeira frisou que o Governo Regional da coligação do PSD/CDS/PPM tem, sempre que pode, “adiado a resolução de problemas na ilha de São Jorge”, o que faz com que “já ninguém acredite que em 2024 é que vai tratar de assuntos que negligenciou, ao longo de três anos”.
A deputada socialista, eleita pela ilha de São Jorge, falava na cidade da Horta, na discussão das propostas de Plano e Orçamento para 2024.
Na Educação, Isabel Teixeira lembrou que as escolas de São Jorge têm “falta de pessoal de ação educativa, de assistentes operacionais e de docentes”, denunciando que o Governo Regional “recusa-se a colocar mais professores”, uma situação que é “muito visível no 1° ciclo do ensino básico” e que obriga as escolas a “distribuir os alunos por outros anos de escolaridade ou a mandá-los para casa”.
Isabel Teixeira salientou, igualmente, a “instabilidade nos cuidados de saúde e a falta de profissionais de saúde em São Jorge”, numa ilha que não tem hospital.
“Este Governo do PSD/CDS/PPM trabalha mais para a estatística e menos para prestar o devido acompanhamento médico aos Jorgenses que dele necessitam”, sublinhou, denunciando que “desde janeiro de 2023 existem doentes a aguardar a majoração do CEDO (Complemento Especial para o Doente Oncológico), por parte da Unidade de Saúde da ilha São Jorge”.
Após várias denúncias e um insistente trabalho de sensibilização, Isabel Teixeira reiterou que o Hospital de Ponta Delgada “continua a não aceitar as grávidas Jorgenses”, apesar de existir um protocolo que dá opção às grávidas, na altura do parto, de escolher um dos três hospitais da Região.
Na Agricultura, Isabel Teixeira recordou que o Parlamento dos Açores aprovou, em 2022, um projeto de resolução para um POSEI de apoio aos produtores de leite de São Jorge, essenciais para a produção do Queijo de São Jorge (produto de referência da ilha e da Região), frisando que “até hoje, não houve qualquer aplicação ou desenvolvimento dessa medida”.
A parlamentar do PS salientou que a obra do novo matadouro de São Jorge, um investimento estruturante, “vai saltando de ano para ano”, enquanto os produtores de carne Jorgenses “aguardam, com prejuízos, a valorização dos seus produtos”.
“O Governo atrasa-se e atrasa a vida dos agricultores de São Jorge”, insistiu.
A deputada alertou que o setor das Pescas em São Jorge está a ficar “muito desfalcado em mão de obra”, defendendo que é preciso garantir a “sustentabilidade das Pescas, criando medidas que motivem e renovem os pescadores Jorgenses”.
Isabel Teixeira entende que o Governo Regional está a falhar, também, no “combate ao envelhecimento populacional e na fixação de jovens em São Jorge”, defendendo medidas de incentivo a esta fixação para “combater a desertificação”.
A deputada socialista realçou que o Museu Francisco Lacerda, que abriu as suas portas ao público em setembro de 2020, com os espaços concluídos e com a museografia em fase de adjudicação, “não desenvolve”, por consequência do “corte abrupto nos recursos financeiros na Cultura” e da “instabilidade da Direção Regional dos Assuntos Culturais, que já teve três diretores regionais até esta data”.
Isabel Teixeira acusou este Governo Regional de “esquecer as Fajãs de São Jorge e o seu potencial de desenvolvimento turístico”, denunciando que a maioria dos trilhos pedestres, classificados, estão “votados ao abandono, com falta de manutenção e de investimento na sua reabilitação”.
“Vivemos crises atrás de crises. Foi a COVID-19, agora as guerras. Em cima disso, São Jorge viveu durante largos meses uma crise sismo-vulcânica e, ainda assim, este Governo Regional PSD/CDS/PPM não soube, com base na nossa Autonomia, criar condições para ajudar verdadeiramente as famílias e as empresas, deixando São Jorge à deriva e para trás”, finalizou Isabel Teixeira.