Lubélio Mendonça alertou para a falta de ação do Governo Regional do PSD/CDS-PP/PPM em setores determinantes ao desenvolvimento da ilha do Corvo, questionando, nessa matéria, “como podem, agora, os Corvinos acreditar neste Governo e nesta proposta de Plano e Orçamento”, após três anos de “muita promessa e pouca concretização”.
Para o deputado socialista, que falava no Parlamento dos Açores no âmbito da discussão das propostas de Plano e Orçamento regional para 2024, este Governo “ficará na história como sendo o pior executivo de sempre para a ilha do Corvo”, optando por não apresentar soluções em setores onde era necessária ação.
“Na Habitação, por exemplo, os problemas têm vindo a agravar-se, com os jovens casais a desesperar por uma solução para a sua fixação na ilha. Todos os anos, há professores que se recusam a lecionar no Corvo por não encontrarem uma moradia, e o que fez este Governo durante três anos? Comprou um terreno, cujo investimento ronda os 30 mil euros, mas que ainda ninguém percebeu para o que é que servirá e nada se vê no Plano e Orçamento para 2024”, referiu o socialista.
Segundo o parlamentar, também ao nível do transporte marítimo de carga persistem “os constrangimentos, as viagens canceladas, com cargas em atraso no prazo de entrega ou impróprias para consumo, com evidentes prejuízos, também para os agricultores, que desta forma não conseguem exportar o seu gado nas datas anunciadas”, apesar do navio contratado, “como sendo de outro mundo”, no início do seu mandato.
“Esta promessa mais não foi que um capricho de alguém que, além de perceber pouco de mar, também percebe pouco de operacionalidade de Portos, particularmente, do Porto da Casa”, referiu o deputado do PS/Açores.
Já em relação à Aerogare da ilha, e apesar do projeto elaborado em 2020 e inscrito sucessivamente nos Planos de Investimento deste Governo, Lubélio Mendonça relembrou que a verba inscrita no Plano e Orçamento para 2024 “não difere, em quase nada, do valor anterior”.
Mas, também na Saúde, “como podem os Corvinos acreditar neste Governo, quando foi o próprio que expulsou da ilha o médico de família, contra a vontade dos Corvinos e por razões meramente políticas”.
“Nas Pescas, por exemplo, não se vislumbrou nenhuma melhoria no setor. Persiste a falta de apoio e soluções para os jovens, que tinham vontade em adquirir a sua própria embarcação e iniciar atividade. Mas, também no setor da Agricultura, e face às graves dificuldades que do setor, o responsável da tutela responde com a construção de um pequeno reservatório para água. Não é desta forma que se desenvolve e incentiva os jovens a apostar na atividade”, referiu.
Durante a sua intervenção, Lubélio Mendonça mencionou, ainda, o setor do Turismo, para lamentar que ao longo dos últimos três anos, o Governo do PSD/CDS-PP/PPM não tenha apostado “em programas de promoção turística, como o ‘Açores todo o ano’, deixando, inclusive, a ilha do Corvo de fora da campanha ‘Escapadinhas aos Açores’”.
Mas, os Corvinos não podem, também, acreditar nas intenções deste Governo e nesta proposta de Plano de Investimentos se, em matéria ambiental, por exemplo, o que se assistiu, em três anos, foi “a uma acumulação de resíduos, devido à falta de condições de transporte, quer marítimo, quer terrestre”. Na ocasião, Lubélio Mendonça considerou, igualmente, que “este Governo tomou de assalto a única infraestrutura coberta disponível na ilha do Corvo, encontrando-se, três anos depois, a mesma num lamentável estado de degradação”.
“Esta proposta de Plano e Orçamento para 2024, conforme demonstrado, deixa a ilha do Corvo para trás. Como podem os Corvinos acreditar nestes documentos? Não podemos, nem acreditamos!”, defendeu o deputado do PS/Açores, Lubélio Mendonça.