Sandra Costa Dias salientou, esta quarta-feira, que para o PS é “urgente garantir cuidados de saúde seguros, dignos e em tempo útil aos Açorianos”.
“Infelizmente, está instalada a confusão no processo do incêndio e recuperação do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) e isso só acontece porque o Governo Regional da coligação PSD-CDS-PPM tem sido opaco e errante, tomando decisões no presente que levantam muitas dúvidas e que revelam a sua incapacidade de preparar o futuro do Hospital de Ponta Delgada”, frisou.
A deputada socialista falava no debate de urgência sobre o tema no Parlamento dos Açores, suscitado pelo PS, que pretende “respostas claras” do Governo Regional (PSD-CDS-PPM), porque o que está em causa é um “assunto demasiado sensível para todos os Açorianos”.
“Temos assistido da parte do Governo a uma sucessão de declarações avulsas, tomadas de decisão aparentemente infundadas e sucessivos adiamentos de soluções e nós só queremos saber porquê”, assinalou Sandra Costa Dias.
A parlamentar recordou que o PS/Açores manifestou, desde a primeira hora, a sua solidariedade, mas frisou que “há um tempo de emergência, há um tempo de união, mas há também um tempo de escrutínio” e que esse tempo “chegou”.
Sandra Costa Dias recordou que o Governo Regional apenas disponibilizou os diversos relatórios que tinha em sua posse “após declarações públicas muito graves de diversos intervenientes, de um requerimento e de uma conferência de imprensa do Presidente do PS”, que despoletou este debate.
“Só após toda esta pressão pública, jornalística e política, decorrente de um clima de suspeição que o próprio Governo criou através da falta de esclarecimentos, é que o Governo disponibilizou informações que, na véspera, considerava sigilosas”, frisou.
Sandra Costa Dias questionou “porque é que agora, conhecidos os diversos relatórios, é que o Governo Regional quer criar uma comissão técnica independente para produzir um relatório sobre a origem do incêndio?”, frisando que, passados dois meses da ocorrência, já foi apurada a origem do incêndio e os diversos fatores que agravaram a catástrofe.
“Parece-nos que o Governo Regional não gostou dos relatórios independentes da Ordem dos Engenheiros, do Laboratório Regional de Engenharia Civil e mesmo dos Bombeiros e quer agora outro relatório, que chegue a outras conclusões, talvez politicamente mais convenientes ao Governo”, salientou.
A parlamentar do PS questionou a Secretária Regional da Saúde se “tinha conhecimento de que o sinal sonoro do alarme de incêndios tinha sido desligado” e perguntou, igualmente, ao Governo Regional qual o motivo da opção por um “Hospital modular (contentores) no valor de 14 milhões de euros” e se esta estrutura provisória “repõe a capacidade de resposta cirúrgica e de urgência do HDES”, embora não tenha obtido respostas da parte do Governo.
“Conforme reconhece a própria Comissão de Catástrofes do HDES, a prestação de cuidados de Saúde está comprometida em São Miguel, há danos incalculáveis na lista de espera cirúrgica, serviços com resposta deficitária, nomeadamente a Urgência, cuidados intensivos, neonatologia, pediatria e internamento cirúrgico. A capacidade de resposta atual do HDES fica muito aquém daquela que tínhamos” e que o que temos só se deve “ao esforço extraordinário e dedicação dos nossos profissionais”, que podem estar em iminente “risco de esgotamento”.
Noutra frente, Sandra Costa Dias questionou “qual é o projeto de reconstrução para o HDES, quanto custará e quando acontecerá?”, lembrando que 6 dias após o incêndio foi declarada situação de calamidade pública, possibilitando ao Governo aceder a “um regime especial de contratação de empreitadas e fornecimento de bens e serviços”, de forma mais rápida mas, passados mais de dois meses, “não se conhecem avanços significativos”.
“Desde a primeira hora, a principal preocupação do PS foi garantir a prestação de cuidados de saúde aos Açorianos em segurança, com dignidade e em tempo útil. Temos sérias dúvidas de que o Governo Regional do PSD-CDS-PPM esteja a fazer tudo o que está ao seu alcance para resolver a situação. É necessário esclarecer os Açorianos e agir, rapidamente, na reconstrução do HDES”, finalizou a deputada do PS/Açores, Sandra Costa Dias.