Francisco César considerou, este sábado, ser mais do que tempo “do Governo começar a governar” em vez de se escudar em “outros tempos e outros Governos”, lamentando que tudo aquilo de mal que acontece na Região nunca seja por culpa do Governo do PSD/CDS-PP/PPM.
O Presidente do PS/Açores, que intervinha na apresentação da Moção de Orientação Política Global, durante o 19º Congresso Regional do Partido, relembrou que os atuais governantes continuam a falar de uma herança socialista “quando na verdade já levam quatro anos de mandato”.
Neste tempo, o Governo da coligação “aumentou a dívida à banca em 260 milhões de euros, nos últimos 18 meses” e estão sem pagar “nada a ninguém, com cativações orçamentais de investimento de 100%”, “baixaram receitas de impostos, aumentaram brutalmente a despesa com os gabinetes governamentais, e em estudos e pareceres subiu para níveis nunca vistos”.
Também na Educação, o líder socialista reforçou o alerta que o PS tem vindo a fazer: “faltam auxiliares, bolseiros ocupacionais, professores em todas as turmas, os tablets e portáteis estão quase todos por distribuir, o transporte escolar não está ainda totalmente contratualizado e as refeições em algumas cantinas escolares são simplesmente uma vergonha de servir a qualquer ser humano”.
Na Saúde, alerta Francisco César, a culpa é atribuída a um destinatário diferente, consoante o membro do Governo a que se pergunta: “Para o Secretário das Finanças, a culpa do descontrolo financeiro neste setor é do Governo da República e da União Europeia, pois, por exemplo, vários meses, após o incêndio no HDES, ainda não foi transferido um cêntimo do prometido apoio e a União Europeia não considerou elegíveis as despesas apresentadas”, mas, para a titular da pasta da Saúde “o Governo da República não pode estar em falta, pois ainda não foi calculado, nem enviado para o Primeiro-Ministro qualquer inventariação dos custos da reconstrução do nosso Hospital”.
“Há duas coisas que sabemos com certeza sobre este assunto, não teremos um hospital a funcionar em condições tão cedo e, o mais certo, é também apontarem a culpa aos 24 anos de governação socialista”, referiu Francisco César, durante a apresentação da Moção de Orientação Global.
Exemplo deste desgoverno é, também, o que se passa na Educação. Face à falta de incentivos para a fixação de docentes, a “Secretária Regional da Educação diz que só existirão no próximo ano letivo, porque o Governo não teve orçamento para isso”, enquanto o “Secretário Regional dos Assuntos Parlamentares vai à escola Mouzinho da Silveira, no Corvo, poucos dias depois, exigi-los”.
“Na passada quinta-feira, assistimos a mais um momento de impreparação, desorientação e descoordenação entre o Governo Regional e o Governo da República, desta vez sobre a revisão do Subsídio Social de Mobilidade. Apesar das promessas de que nenhum Açoriano passaria a pagar mais por uma viagem para o continente português, é isso que pode acontecer”, alertou o socialista, para salientar que “com o PS isso não aconteceu” e não será “por causa da governação do PS que isso poderá acontecer”.
Neste âmbito, Francisco César deixou o compromisso de que o Partido Socialista utilizará todos os mecanismos legais ao seu dispor, seja na Região ou na República, “para evitar que estas alterações prejudiquem a mobilidade dos Açorianos”.
Durante a sua intervenção, o líder dos socialistas Açorianos lamentou que o PSD/A não concretize nada daquilo que anuncia: “É assim que se agravam os problemas, que se degrada a Política e se consome a Autonomia”.