André Franqueira Rodrigues alertou a Comissão Europeia para “o risco de falência socioeconómica da cadeia de valor regional relacionada com a pescaria do atum patudo” em função da reduzida quota disponível para os Açores e Madeira.

O coordenador dos socialistas europeus na Comissão das Pescas do Parlamento Europeu intervinha na reunião daquela Comissão relativamente às posições a adotar pela Comissão Europeia, em representação dos Estados membros, na próxima reunião da reunião da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT), que decorrerá em Lymassol, no Chipre, entre 11 e 18 de novembro.

Recordando que “a ICCAT é um fórum fundamental para a gestão das pescarias de um conjunto de espécies das mais relevantes para os pescadores dos Açores, nomeadamente a do atum patudo” André Franqueira Rodrigues sublinhou que “os pescadores dos Açores praticam uma pescaria por salto e vara, que é altamente seletiva e amiga do ambiente, tendo, de resto, a pesca de atum na região sido reconhecida como a primeira pescaria livre de plásticos no mundo”.

O socialista açoriano sublinhou ainda que “a quota atribuída a estas RUPs é claramente escassa, uma vez que os Açores e a Madeira já utilizam cerca de 85% da quota de Portugal” e que, por esse facto “a cadeia de valor regional da pesca do Atum está em risco de falência”

“Se a isso associarmos problemas derivados da falta de controlo das práticas de pesca desta espécie fora da Zona Económica Exclusiva de Portugal e, por conseguinte, da UE, bem como alterações das rotas migratórias desta espécie em função das alterações climáticas, estamos perante um cenário em que a ICCAT deve, já na sua próxima reunião, considerar um aumento da quota para os Açores e Madeira”, defendeu André Franqueira Rodrigues.

Essa seria uma “forma de valorização da pescaria tradicional e sustentável que é aí praticada em detrimento de outras que não cumprem estes mesmos princípios.