Presidente do PSD desconhece a realidade da vida dos Açorianos, afirma Francisco César

PS Açores - 26 de outubro

O líder do PS/Açores, Francisco César, defendeu este sábado que a Região “não está melhor” com a governação do PSD/CDS-PP/PPM, “por muito que possamos ouvir longos e pomposos discursos”, na tentativa de convencer os Açorianos.

Francisco César, que falava em Vila Franca do Campo, na abertura da reunião da Comissão Regional, órgão deliberativo máximo entre Congressos, considerou que as recentes declarações do Presidente do PSD, na abertura do Congresso, são reveladoras de que “vive numa realidade totalmente alternativa à que vivem os Açorianos”.

“Os Açorianos não sentem que têm mais dinheiro no bolso, que a Administração Pública esteja mais capacitada ou que o Governo lhes dá as respostas aos problemas que verdadeiramente têm”, assegurou o socialista.

Sublinhando que o discurso do líder do PSD foi composto por “um conjunto de frases, com alguns dados numéricos, muitos deles sem lógica comparativa ou significado real, designadamente para a nossa economia regional”, Francisco César lamentou que passados quatro anos de governação “continuem a falar do Governo anterior”.

Mas, na sua intervenção, o socialista lamentou que o Governo de direita se regozije com a eventual “desgovernamentalização da sociedade”, quando “nomeou centenas de partidários, que designou como técnicos especialistas”, ou que se orgulhe do valor obtido na exportação dos produtos agrícolas, “quando na verdade é mais baixo do que o que foi alcançado há sete anos por um Governo PS” ou que fale, ainda, nas creches gratuitas, “sem referir que só foi possível fruto de uma decisão do Governo da República do PS”.

Na habitação, Francisco César referiu o anúncio de construção de 200 casas, para salientar que são imensas as dificuldades sentidas pelas famílias e jovens na aquisição de casas a preços acessíveis, frisando, a esse propósito, que o Governo, está capacitado com um dos maiores valores de sempre para a habitação, no âmbito do PRR, negociado pelo Partido Socialista.

“Mas mais curioso é que na parte que dizia respeito a este Governo, que era definir a forma, as prioridades e os aspetos técnicos, aquilo que se verifica é que apenas está destinado para as famílias carenciadas, que não há qualquer tipo de resposta para a classe média e que a sua capacidade de execução, neste momento, é baixíssima e vai desperdiçar e provavelmente ter de devolver o valor previsto na habitação”, afirmou.

Na Educação, o líder socialista lamentou que se afirme estar a gerir bem, quando na verdade “faltam assistentes operacionais, bolseiros, crianças sem professores e que a distribuição de tablets e computadores chegou atrasada às escolas”.

Reforçando que este Governo só justifica a sua incapacidade com a herança recebida, Francisco César aproveitou a oportunidade para esclarecer essa questão: “Este Governo diz que o PS foi mau na sua gestão, mas, ao mesmo tempo, admite que se não fosse a herança do PS não teria sido possível baixar os impostos, aumentar um conjunto de carreiras ou criar a Tarifa Açores”.

Mas, prosseguiu, “é também falso afirmar que receberam menos do que recebiam os Governos do PS”. De acordo com o socialista, “este Governo beneficiou, entre 2021 e 2024, de uma receita superior em 1600 milhões de euros que nos quatro anos anteriores, ou seja, em média, por ano, este Governo teve mais 400 milhões de euros de receita do que a última legislatura do PS, e isto sem contar com o aumento do endividamento”.

“As empresas não recebem, os empresários, os doentes deslocados, as associações culturais, desportivas, nada recebem e no final de tudo isto aquilo a que assistimos é à apresentação de sucessos da sua governação, isto é dizer que não conhece a realidade dos Açores e está completamente alheado daquilo que pode e deve ser feito pela nossa terra”.

Frisando que o objetivo do Partido Socialista é o de apresentar soluções, Francisco César mencionou o aproximar do debate do Plano e Orçamento da Região para 2025, lembrando que o PS apresentou 11 medidas ao Governo Regional na tentativa de chegar a um acordo que permitisse ao PS viabilizar esses documentos.