Deputado ao Parlamento Europeu presidiu à abertura da Conferência “Desafios e oportunidades ambientais no início da nova legislatura” promovida pelo intergrupo do Parlamento Europeu sobre Alterações Climáticas, Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável.
O socialista lembrou os desafios particulares no domínio dos Oceanos e da produção alimentar.
André Franqueira Rodrigues destacou hoje que o contexto internacional exige um reforço da ambição ambiental da União Europeia. “Não quero ser demasiado dramático, mas se tivermos em conta tanto o que precisa de acontecer para que nós e outros possamos continuar a habitar e viver neste planeta, como em termos de vontade política e criação dos consensos internacionais necessários para o alcançar, então fica claro que se a UE abandonar a sua ambição ambiental e a sua capacidade de inovar e liderar, cedendo a agendas que são míopes e de curto prazo, o resultado para os europeus e para o mundo será ainda pior”.
O socialista intervinha na abertura Conferência promovida pelo European Bureau of Conservation and Development e pelo Comité das Regiões Europeu sobre os “Desafios e oportunidades ambientais no início da nova legislatura” e no início dos trabalhos do Intergrupo do Parlamento Europeu sobre Alterações Climáticas, Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável, do qual é co-Presidente.
Na sua intervenção, o deputado açoriano destacou duas áreas particularmente sensíveis, a política dos oceanos e das pescas e da UE e a produção alimentar sustentável em terra e no oceano.
Destacando o exemplo dos Açores “uma região que apesar de ser pequena em área terrestre e em população tem uma das zonas económicas exclusivas maiores da Europa” em que “o Oceano atua como vizinho, autoestrada e parte intrínseca da cultura e modo de vida”, André Franqueira Rodrigues defendeu que “é também fundamental que a UE reconheça plenamente o seu papel na prosperidade económica e ambiental, nas soluções climáticas e na prestação de serviços relacionados com a biodiversidade, na produção de energias renováveis, mas também na segurança alimentar”
“A governação sustentável dos oceanos é imperativa para que enfrentemos os desafios da sobre-exploração, da poluição, das alterações climáticas e da perda de biodiversidade” acrescentou, defendendo ainda que “apesar de termos visto alguns destes aspetos refletidos na recente audição do Comissário indigitado Costa Kadis, precisamos de um grau muito maior de especificidade para compreender como é que a Comissão Europeia irá liderar a agenda neste domínio político”.
No que concerne à produção alimentar sustentável, em terra e nos Oceanos, o coordenador dos socialistas europeus na Comissão das Pescas do parlamento Europeu, referiu os “desafios globais que enfrentamos – desde as alterações climáticas e a degradação ambiental até à insegurança alimentar – que exigem uma maior atenção à forma como produzimos, distribuímos e consumimos alimentos” para defender que “tanto na agricultura como nas pescas e na aquicultura da UE é fundamental continuar a reforçar a competitividade, o que significa garantir que o seu potencial seja alcançado de forma sustentável, garantindo e melhorando simultaneamente o rendimento dos agricultores e dos pescadores e a renovação geracional”.
O intergrupo do Parlamento Europeu sobre Alterações Climáticas, Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável é dos intergrupos mais antigos do Parlamento Europeu, celebrando 30 anos em 2024.
Os intergrupos são um fórum destinado a facilitar o intercâmbio informal de pontos de vista sobre questões específicas entre diferentes grupos políticos, bem como os contactos entre os deputados e a sociedade civil. Cada intergrupo é composto por deputados de, pelo menos, três grupos políticos diferentes.
Os intergrupos não são órgãos oficiais do Parlamento, mas são por este reconhecidos. São constituídos de comum acordo entre os presidentes dos grupos políticos no início de cada legislatura.