O Presidente do PS Açores, Francisco César, acusou este sábado os Governos da República de falta de responsabilidade, incoerência e desrespeito pelos compromissos assumidos com os cidadãos, lembrando que “os reembolsos de IRS têm vindo a diminuir, e que muitos contribuintes passaram mesmo de reembolso para pagamento adicional de impostos”.

Para Francisco César, que intervinha na sessão de encerramento das Jornadas Autárquicas do PS, “falar de desenvolvimento económico, dinamismo e justiça fiscal torna-se vazio quando as medidas concretas apontam para um aumento da carga fiscal sobre as famílias e as empresas”, frisou o socialista.

“O que foi prometido foi um alívio fiscal. O que foi entregue foi um aumento de impostos disfarçado de reforma. As famílias já sentem no bolso as consequências de medidas mal planeadas e de promessas não cumpridas”, afirmou.

Na ocasião, o Presidente do PS/Açores apontou ainda o agravamento da carga fiscal sobre os combustíveis e a ausência de compensações reais para os jovens, como a prometida isenção de IMT ou a redução do IRS.

“Prometeram aliviar a carga fiscal, mas aumentaram impostos. Prometeram devolver rendimentos, mas reduziram os reembolsos. Não cumpriram”, denunciou Francisco César, acrescentando que os açorianos, como todos os portugueses, merecem um Governo que cumpra a sua palavra com transparência, responsabilidade e justiça fiscal.

Já a nível regional, Francisco César voltou uma vez mais a alertar para a situação preocupante das contas públicas regionais, denunciando a ausência de reformas estruturais e a degradação da gestão orçamental.

“Em cinco anos, este Governo Regional não conseguiu apresentar uma visão estratégica nem implementar reformas essenciais. O défice agravou-se em 51,4 milhões de euros, e a dívida regional aumentou 88,5 milhões. Isto significa que a Região continua a aumentar a despesa e a dívida, em simultâneo”, explicou.

Perante este cenário, Francisco César estranha a aparente falta de preocupação do Presidente do Governo Regional, salientando ser José Manuel Bolieiro o responsável “por uma herança de 900 milhões de euros no aumento da dívida e por muitos atrasos nos pagamentos a empresas, famílias, associações culturais e desportivas, IPSS, entre outras entidades”.

“A nós, preocupa-nos que o Presidente do Governo não esteja preocupado. E ficamos ainda muito mais preocupados, porque sabemos haver empresas que não recebem, inclusivamente apoios COVID-19; IPPS que estão à espera dos apoios do Governo Regional, clubes desportivos e estudantes que não receberam os seus apoios, bem como serviços que não têm capacidade para pagar os seus compromissos aos empreiteiros”, adiantou.

O líder socialista denunciou ainda a falta de apoios a setores essenciais como a saúde ou a educação, destacando a situação de estudantes que aguardam há mais de um ano o pagamento do programa Qualifica Superior, apesar de terem candidaturas aprovadas.

“Um Governo que não paga o que deve é um Governo que não cumpre a sua palavra. E quando isso acontece, contribui diretamente para a perda de credibilidade da política e dos políticos”, finalizou o Presidente do PS Açores, Francisco César.