Francisco César alertou, este sábado, para a manobra eleitoralista do Governo da República da AD, que, ao baixar as tabelas de retenção do IRS, deu a falsa perceção aos portugueses de aumento de rendimento.
Para o candidato socialista às eleições legislativas de 18 de maio, que intervinha na sessão de encerramento da 4ª edição do Ver(de) Socialista, iniciativa promovida pela JS/São Miguel, com esta redução artificial das retenções mensais de IRS nos salários, aquilo que fizeram foi “criar a perceção de que os salários estavam a crescer, como se os impostos tivessem sido efetivamente reduzidos”.
De acordo com o Presidente do PS/Açores, “o Governo queria ir a eleições o mais rapidamente possível, já contando, aliás, com o chumbo do PS ao Orçamento de Estado”, mas, conforme recordou, “e por uma questão de estabilidade política”, o PS optou por viabilizar o documento através da abstenção.
Mas, agora, conforme prosseguiu o líder socialista açoriano, “este IRS coincide, mais ou menos, com a data das eleições legislativas nacionais” e acaba por revelar a verdadeira dimensão da medida, quando as pessoas começam a perceber “que foram enganadas e que, na prática, o rendimento que tinham era muito menor do que era a expectativa”.
“Agora, as pessoas quando vão entregar o IRS estão a ver que, em vez de receber os 300, 400 e em alguns casos até 1000 euros, têm que pagar”, avançou o socialista, para reiterar terem sido enganados “por um Governo que quis tirar proveito eleitoral ao pensar que iria a eleições mais cedo”.
Na ocasião, Francisco César apontou, ainda, ser esta uma prática deste Governo da República, para recordar que quando prometeram uma baixa de impostos de 1500 milhões de euros, não mencionaram que “parte dessa redução de impostos já tinha sido decidida pelo Partido Socialista e pelos Governos de António Costa”.