Em cada uma das nossas casas se gastarmos mais do que temos, ano após ano, um dia algo vai correr mal. Assim está o nosso país!
Todos reconhecemos que, ao longo dos últimos anos, o país gastou mais do que podia. Cada vez que o ano acaba com um défice, sabemos que o país gastou mais do que podia e aumentou a sua dívida.
Reconhecemos que, tal como aconteceria nas nossas casas, também no país é necessário aplicar medidas duras e difíceis.
Tudo isto começou na década de noventa. Logo somos todos responsáveis. Todos os partidos, sem excepção, partilham essa responsabilidade. O PS, o PSD e o PP, que governaram nos últimos anos, mas também o BE e o PCP que, porque não têm responsabilidade governativa, continuam a apresentar sempre políticas demagógicas, que não são realistas e, talvez, por isso mesmo, não convencem os Portugueses.
Mais importante do que discutir de quem é a culpa, é discutir o que fazer e como fazê-lo, quais as soluções que cada um dos partidos políticos tem para apresentar aos portugueses.
É isso que os Portugueses esperam da campanha eleitoral que começa em breve: que os principais partidos divulguem os seus programas, que apresentem ao país quais as medidas que se propõem implementar para ultrapassar as dificuldades.
Todos sabemos que os próximos dias serão de negociações muito difíceis, que a ajuda externa é um empréstimo pago com muitos juros e que terá de ser negociada. Quem nos empresta dinheiro quer garantias de que o vai recuperar.
Uma coisa é certa, nos próximos trinta dias muito se vai decidir. Decisões que terão impacto na vida de todos nós, nos próximos anos.
O que o país precisa, neste momento, é de serenidade e de união nacional. O confronto demagógico e populista só nos fragiliza!
O país precisa que se diga a verdade e não que se lave roupa suja em praça pública.
O país precisa de quem o defenda nestas difíceis negociações.
O certo é que quem está a assumir esta difícil tarefa de negociação é José Sócrates. Um Primeiro-ministro demissionário, mal amado por alguns, a liderar um governo em gestão. É José Sócrates quem está a negociar, com Bruxelas e com o FMI, um empréstimo de muitos milhões e as condições como este vai ser pago nos próximos anos.
Na defesa do melhor interesse do país e, perante uma tarefa de tamanha complexidade, esperava-se que uma oposição responsável ajudasse, ou pelo menos não desajudasse. No entanto, cada vez que estes falam, levantam suspeitas sobre as nossas contas, falam de malabarismos e só aumentam as dificuldades e criam entraves a uma boa negociação para Portugal.
O Dr. Passos Coelho, às vezes, parece que está do lado do FMI e, não, do lado dos Portugueses. O líder do principal partido da oposição nunca vem a público propor uma agenda reformadora, sobre questões verdadeiramente importantes, para diminuir a despesa pública. Até se compreendia que o PSD se assumisse contra as medidas previstas no PEC IV, mas se apresentasse medidas alternativas. Seria uma diferença de opinião legítima que apresentava alternativas sem pôr em causa a confiança dos mercados ou retirar credibilidade ao país. Mas não é isso que o PSD faz. Aliás, faz precisamente o contrário: a cada dia que passa o PSD dá mais um argumento aos negociadores estrangeiros para aumentarem as taxas de juro, bem como os nossos sacrifícios.
Portugal precisa de quem lidere o país e defenda os Portugueses!
Falando sinceramente, podem alguns não simpatizar com Sr. Primeiro-ministro José Socrates, mas uma coisa é certa: é ele que nos está defender!
Por isso, entre Sócrates e FMI e Passos com FMI eu prefiro:
Sócrates e FMI!