Opinião

Os impávidos mas não serenos

Muito se tem consolado o PSD/Açores a fazer o que (sempre) gosta de fazer: implementar estratégias de desinformação, lançar suspeitas sobre a acção do Governo dos Açores, mesmo que tenha que “vender” notícias a Lisboa…e reaproveitar o conceito de “solidariedade nacional”… A última “venda” foi a Marques Mendes, deixando depois passar (sensivelmente) uma semana para fazer crer que nada tinham a ver com o que disse, na televisão, o “comentador” de serviço (também) ao PSD/Açores. Podemos dizer que o PSD de cá (apoiado no de lá) está hoje para a Região como o treinador (aprendiz) de bancada. Parece que tem a técnica, mas não a sabe aplicar. Fala. Grita. Esbraceja, mas acaba por “morrer na praia” como os búzios vazios de bicho e sons do mar… Na negociação com a troika, nada disseram sobre os Açores, optando por um constante ziguezague de ideias, que subjugou a defesa da nossa terra aos desígnios dos partidos da nação. Não apresentaram uma única reivindicação de salvaguarda dos interesses dos Açores, optando por uma campanha de insultos, em vez de fazer o que lhes compete: esclarecer os cidadãos, ajudá-los, melhorar a qualidade de vida de todos, enfim…ser políticos de verdade e não figuras plastificadas de ocasião… O PSD quer privatizar a RTP nacional. O PSD propõe soluções para outros canais do grupo, mas esquece a RTP/Açores e a RTP/Madeira. Às tantas quer aplicar a mesma fórmula que quer aplicar aos aeroportos. Ou seja, querem aeroportos? Paguem-nos! Querem RTP/Açores? Paguem-na! É lamentável o silêncio que se ouve sobre estas questões, porque o PSD de cá (à conta do de lá) demitiu-se do debate, deixou-se cair na birra e alinhou no jogo dos que, na nação, querem aproveitar estas eleições, para manter resquícios de uma visão do Estado que, quer a história da nossa terra, quer o exemplo da Autonomia, contrariam e desmentem. A nossa memória (ou a dos mais antigos) volta e meia encarrega-se de nos lembrar a todos, que como disse, e bem, o Presidente do PS/Açores, os Açores são uma vantagem e não um custo, muito menos um prejuízo para o país. A pena é, apesar de tudo, que a oposição açoriana, não tenha sido capaz de descolar da visão turva das suas lideranças nacionais. Em Barcelos, Manuela Ferreira Leite, no Domingo, disse ter como objectivo o afastamento de José Sócrates do Governo e da oposição num futuro Parlamento. A atitude é de reincidente. É a mesma senhora que queria suspender a democracia. Por tudo direito e voltar a colocá-la funcional. O que pensará o PSD de cá sobre isto, sendo ele próprio oposição na Região? Talvez fosse de alguém ligar a Marques Mendes a pedir comentário na TV…Assim como assim o homem é pequeno, mas “pensa em grande” mesmo que não seja grande coisa (o que pensa). Amanhã celebra-se o Dia Mundial da Criança. Elas (ainda) são o melhor do mundo, como escreveu Fernando Pessoa, no poema, ao qual chamou “Liberdade”. Sejamos (então) livres. Simples e, sobretudo, possíveis. E votemos a 5 de Junho para defender os Açores.