Enquanto o PS/Açores discute o futuro dos Açores, o PSD/Açores insiste na estratégia de que uma mentira dita muitas vezes passa a ser verdade.
É triste ver o maior partido da oposição dos Açores como uma amostra do que já foi, apoiando a sua estratégia em “mentirinhas” e tricas estéreis e desnecessárias.
O Grupo Parlamentar do PS/Açores realizou, na quinta e sextas-feiras, mais umas jornadas parlamentares, desta feita no concelho do Nordeste, dois dias que serviram para debater a importância do investimento público, enquanto motor de desenvolvimento e coesão do arquipélago.
Esta iniciativa foi um momento por excelência para analisar este tema de fora para dentro, ou seja, com convidados de um dos sectores de actividade económica mais importantes dos Açores – a construção civil -, entre os quais o presidente da AICOPA e administradores de empresas de dimensão variada que trabalham neste sector.
Estas jornadas resultaram, assim, numa análise profunda e sincera dos tempos difíceis que vivemos, fruto de uma crise que atinge Portugal, agravada com uma ditadura de mercados sem rosto que fazem frente, até agora com sucesso, a qualquer tentativa de crescimento económico sustentado.
Esta realidade conjuntural está a impor dificuldades às empresas, maioritariamente em duas vertentes: a redução de postos de trabalho e as restrições de acesso ao crédito bancário, que contrastam com as facilidades em que, até há poucos anos, os empresários tinham em recorrer à banca.
Paralelamente a esta situação conjuntural altamente prejudicial, o sector da construção civil debate-se com um factor estrutural relacionado com a economia paralela, uma ilegalidade que, além da fuga às Finanças e Segurança Social, retira trabalho às empresas que funcionam no mercado de forma legal e que se esforçam por cumprirem, a muito custo, os seus compromissos. O sistema nunca pode beneficiar o infractor e é preciso mão pesada para quem foge às suas obrigações perante o Estado.
Ao nível político e da administração pública, o diálogo gerado nas Jornadas Parlamentares do PS/Açores confirmou a necessidade, cada vez mais premente, de todos os agentes políticos de repensarem os investimentos e escolherem critérios rigorosíssimos de aplicação dos dinheiros públicos.
Cada investimento público deve ser garantia de criação de postos de trabalho, de geração de riqueza e de valor acrescentado, através das dinâmicas económicas que nascem e se desenvolvem em torno desse investimento público.
Para nós o conceito é simples: se há região do país onde o investimento público é mais necessário, essa região é os Açores. Pelas razões conhecidas de todos, que vão desde a descontinuidade geográfica até à reduzida dimensão, que prejudica a criação de economias de escala.
Outro assunto tem marcado o quotidiano político, já que o PSD/Açores continua a levantar suspeitas que o anterior Governo da República teria deixado cerca de 200 milhões de euros pendentes em vários dossiers relacionados com os Açores. Este montante é absolutamente falso, como já provou o Vice-Presidente do Governo Regional, mas o PSD/Açores insiste na confusão.
Sobre este assunto, a questão central é outra. Pergunto ao líder parlamentar do PSD/Açores se tem noção de qual o partido que derrubou o Governo da República anterior, quando tinha, apenas, cumprido pouco mais de um ano de mandato, interrompendo a governação e o normal desenvolvimento dos dossiers.
O que o PSD/Açores devia fazer, caso fosse verdade este montante de 200 milhões pendentes, era pedir desculpas aos açorianos por ter impedido, com a sua ânsia de chegar ao poder, que o Governo da República continuasse a trabalhar normalmente e a transferir as verbas já acordadas com a Região.
Este PSD afunda-se nas suas incoerências: primeiro derruba o Governo e, depois, culpa o Governo por não cumprir os seus compromissos. É um Partido Sempre Desorientado.