Num período em que o grande fluxo de notícias pode causar algumas distrações, faço um apelo aos açorianos:
Que estejam alerta, que não se deixem confundir, que não acreditem em vendedoras de ilusões.
Os tempos não se coadunam com a política do slogan e da frase feita. Os tempos exigem responsabilidade de propositura, mesmo que não se possa responder afirmativamente a todas as solicitações.
Os tempos exigem, ainda, que os responsáveis políticos sejam mais do que meras caixas de ressonância de interesses e assumam que, em primeiro lugar, está o interesse de todos, mesmo que isso não satisfaça alguns.
O nosso compromisso será o de conseguir que os Açores sintam o menos possível os efeitos desta conjuntura. O nosso desígnio é que, neste percurso de 2012, ninguém fique para trás!
Este objectivo é central no actual momento da nossa vida colectiva, quando, em Lisboa, temos um Governo que acha que o Estado não deve servir as pessoas, mas que as pessoas devem, sim, servir para financiar o Estado.
O nosso objectivo nos Açores é que ninguém fique para trás quando, em Lisboa, temos o mais alto magistrado da Nação que, publicamente, discorda das medidas de austeridade que impõem sacrifícios acima dos limites aos portugueses, mas que, no silêncio do seu gabinete, as promulga de imediato.
Os instrumentos criados nos Açores para apoio às empresas e às familias têm sido de grande importância para minimizar os efeitos da conjuntura nacional e europeia.
Recorde-se que 700 empresas utilizaram a linha de apoio à reestruturação das empresas, num montante global de 274 milhões de euros. 1.124 empresas recorreram à linha de crédito de apoio à tesouraria e liquidez, para um total de créditos de 66,34 milhões de euros.
Paralelamente a estas medidas, são conhecidas muitas outras direccionadas para as famílias açorianas, como aumentos nos complementos regionais de pensão e do abono de família, aumento da remuneração complementar e a criação de um fundo de emergência no valor de 11 milhões de euros para apoiar açorianos em situação de desprotecção social e desemprego súbitos. Quando em toda a Europa se cortam apoios sociais, nós temos a capacidade de aumentá-los.
Os tempos são difíceis, não podemos escamotear a realidade, mas temos de encarar o futuro com esperança, com ambição e com lucidez.
Cá estamos, para continuar a trabalhar.